Fisioterapia, Atenção Básica e Interprofissionalidade: reflexões a partir da implementação de um estágio curricular na Comunidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2022.197443Palavras-chave:
Educação interprofissional, Atenção básica , Equipe multiprofissional, FisioterapiaResumo
Um dos campos de atuação dos profissionais de saúde é a Atenção Básica (AB). A presença de diferentes formações profissionais dentro da AB e a articulação entre esses profissionais é fundamental para a integralidade da assistência prestada à população. As práticas colaborativas e a integralidade do cuidado são habilidades essenciais e comuns a todos os profissionais que atuam na AB e na Estratégia de Saúde da Família. Para a Organização Mundial de Saúde a Educação Interprofissional em Saúde ocorre quando estudantes e/ou profissionais de duas ou mais áreas aprendem com o outro, sobre o trabalho do outro, e entre si, visando trazer benefícios aos pacientes. Dessa forma, este relato de experiência tem como objetivo refletir sobre as atividades realizadas no estágio acadêmico intitulado “Fisioterapia na Saúde Coletiva” dos alunos do 7º e 8º período do curso de Fisioterapia de uma Universidade do interior do Estado de São Paulo. As atividades foram desenvolvidas em parceria com a Equipe de Saúde da Família da Unidade XXX, na cidade de XXX, no período de fevereiro de 2018 a dezembro de 2019. Dentro dessa unidade atuaram conjuntamente estudantes dos cursos de Medicina, Farmácia e Fisioterapia. Após o reconhecimento do território e da dinâmica da Equipe de Saúde da Família local, o grupo de estagiários iniciou um trabalho de educação em saúde com ações planejadas de forma interprofissional e colaborativa. A partir da percepção das necessidades de saúde da população foram alinhadas às práticas da disciplina aquelas ações que a equipe realiza no território - cadastramento individual e familiar, territorialização, visita domiciliar e grupos de educação em saúde; acrescidas por aquelas de promoção da saúde específicas da fisioterapia. e atividades de cadastramento individual e familiar da população, territorialização, visita domiciliar e grupos de educação em saúde. Foram realizadas também atividades de promoção de saúde específicas da fisioterapia. A experiência no território permitiu: ampliar a vivência dos discentes na ESF, possibilitando a observação e a reflexão sobre o trabalho em equipe nesse contexto; e sensibilizar os acadêmicos para as necessidades em saúde da população e discutir essas necessidades a partir da educação em saúde. Através da vivência, os estudantes da fisioterapia, juntamente com a equipe e alunos de outros cursos da área da saúde, puderam redimensionar a importância e a complexidade do trabalho interprofissional na APS e, juntos, desenvolver ou aprimorar habilidades essenciais à sua profissão.
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