Violência conjugal, uso de álcool e sofrimento mental em homens atendidos na atenção primária

Autores

  • Luciane Carniel Wagner Centro Universitário Metodista IPA
  • Juliana Cordeiro Krug Hospitalar Conceição
  • Flávia Koeche Centro Universitário Metodista IPA

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v47i4p406-415

Palavras-chave:

Conflito Conjugal, Sofrimento Mental, Abuso de Álcool

Resumo

Modelo do estudo: Estudo quantitativo, descritivo, transversal, de caráter observacional. Introdução: A violência conjugal é um grave problema de saúde pública, freqüentemente associada ao consumo de álcool, trazendo conseqüências adversas à saúde mental e física das famílias. Seu manejo tem sido um desafio para as políticas sociais, especialmente por causa do medo e do silêncio das vítimas. Em função disso, é bastante interessante a utilização de avaliações de estratégias de resolução de conflito que permitam dimensionar indiretamente (e sutilmente) a violência presente no cotidiano conjugal. Objetivo: Identificar a prevalência de violência conjugal, abuso de álcool e sofrimento mental em homens atendidos (por motivos diversos) em uma unidade básica de saúde de um bairro socialmente carente da periferia de Porto Alegre. Metodologia: Foram avaliados 109 homens, escolhidos ao acaso, utilizando-se como instrumentos de pesquisa a Escala de Avaliação de Táticas de Resolução de Conflitos Conjugais; o CAGE, que acessa o abuso atual e passado de álcool; e o Questionário Geral de Saúde (QSG), que identifica sofrimento mental. Resultados: Os 109 participantes tinham idade média de 39±12,8 anos; 59,6% eram brancos; 75,2% tinham companheira estável; predomínio de baixa escolaridade; 65,1% exerciam alguma atividade laboral; 80,7% com renda média mensal de três salários mínimos ou menos. No que tange às táticas de resolução de conflitos conjugais, 24,8% foram agressivos fisicamente e 84,4% verbalmente ao menos uma vez no ano anterior à pesquisa. Sofrimento mental considerável foi diagnosticado em 49,5% dos entrevistados. Com relação ao uso de álcool, 22,9% responderam afirmativamente para abuso e dependência e outros 24,7% apresentaram risco de abuso e dependência. Conclusões: O estudo aponta para uma elevada prevalência de comportamento conjugal violento, consumo de álcool e sofrimento mental entre os sujeitos avaliados. Estes sujeitos tinham demandas diversas e não necessariamente buscaram o serviço para resolver estes problemas. Os serviços de saúde devem ficar atentos, promovendo estratégias de identificação indiretas, além de medidas de prevenção, que visem combater a violência conjugal e suas conseqüências.

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Biografia do Autor

Luciane Carniel Wagner, Centro Universitário Metodista IPA

Médica e Doutora em Psiquiatria, Professora e Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista IPA

Juliana Cordeiro Krug, Hospitalar Conceição

Terapeuta Ocupacional, Mestranda do Mestrado Profissional Ensino na Saúde FAMED UFRGS, Trabalhadora do Grupo Hospitalar Conceição no CAPS AD III

Flávia Koeche, Centro Universitário Metodista IPA

Psicóloga, Bolsista de Pós-Graduação e Mestranda em Biocências e Reabilitação do Centro Universitário Metodista IPA

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Publicado

2014-12-30

Como Citar

1.
Wagner LC, Krug JC, Koeche F. Violência conjugal, uso de álcool e sofrimento mental em homens atendidos na atenção primária. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 30 de dezembro de 2014 [citado 3 de junho de 2023];47(4):406-15. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/89594

Edição

Seção

Artigo Original
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