Familiares, profissionais de saúde mental e a alteridade da loucura
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v26i3p355-363Palavras-chave:
Transtornos mentais, Relações familiares, Pessoal de saúde, Serviços de saúde mental.Resumo
Este estudo pretende compreender a relação de familiares e profissionais de saúde mental com a loucura e discutir suas possíveis repercussões nas ações de atenção e cuidado à pessoa com sofrimento psíquico. Em perspectiva qualitativa de investigação, foram entrevistados familiares de usuários e profissionais de dois centros de atenção psicossocial. A análise temática do conteúdo indicou regularidades discursivas que delinearam quatro categorias: (1) termos e ideias associadas à loucura; (2) loucura concebida como falta; (3) comportamento diferente e o diagnóstico; (4) loucura, doença mental e controle. Os resultados apontam que, na visão dos profissionais, a loucura está aquém em relação a um modelo de saúde mental idealizado. Diante disso, buscam classificar e controlar suas manifestações. Os familiares não acreditam na utilização de possibilidades e meios relacionais com seu familiar com sofrimento psíquico, associando-o à invalidez e tentam controlá-lo, como forma de lidarem com a alteridade.