A atuação coordenadora do governo do Rio Grande do Norte no combate à covid-19: inovação em tempos de crise?
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-12902022210523ptPalabras clave:
Relações intergovernamentais, Estados, Saúde, Federação, Covid-19Resumen
A partir de um estudo de caso do Rio Grande do Norte, este artigo discute o papel dos estados na coordenação da saúde durante a pandemia do novo coronavírus. A ausência de coordenação federal no enfrentamento do surto pandêmico no Brasil tem sido compreendida por diversos analistas como algo inédito na federação brasileira, rompendo com um padrão recorrente de normatização e indução nacional por diferentes governos desde a Constituição de 1988. Nesse sentido, estados e municípios passaram a adotar iniciativas próprias para o enfrentamento da pandemia. A partir de uma pesquisa qualitativa baseada em dados documentais – mídia local, boletins epidemiológicos e regulamentações estaduais – e em entrevistas semiestruturadas com gestores estaduais e municipais, foi possível identificar mudanças na relação estado-municípios durante a pandemia no Rio Grande do Norte, caso marcado, historicamente, pela ausência de cooperação estadual. A pandemia, dessa forma, funcionou como um choque exógeno, que induziu uma mudança no padrão de atuação do governo estadual na saúde. Não está claro, porém, se essas alterações são pontuais ou permanentes, na medida em que o peso do autorreforço – especificação dos efeitos do legado histórico – atua como um mecanismo que produz dinâmicas inerciais de difícil rompimento com o passado.
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