Peças de comunicação governamentais sobre as profilaxias pré (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV (2016-2019): análise de seus conteúdos e circulação entre gays, mulheres trans/travestis e trabalhadoras sexuais
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-12902022210855ptPalavras-chave:
HIV, Prevenção, Comunicação, Risco, SexualidadeResumo
Este artigo analisa a divulgação das profilaxias pré (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV, considerando o papel histórico das campanhas de prevenção à aids. São utilizadas 24 peças de comunicação sobre PrEP, PEP e PC, produzidas entre 2016 e 2019 e publicadas no site e mídias sociais do Ministério da Saúde, e o depoimento de 30 usuários(as) das profilaxias – que incluem gays, mulheres trans/travestis e profissionais do sexo – na região metropolitana do Rio de Janeiro. As peças foram classificadas quanto ao tipo, ano, público e informação de acesso, e os resultados foram interpretados a partir de quatro eixos: contextualização das peças de comunicação e da experiência dos interlocutores com as informações; sexualidade e risco; gênero, emoções e moralidades; e deslocamentos do preservativo. A análise indicou o apagamento das expressões de sexualidade e o predomínio de uma linguagem abstrata e esquemática, pressupondo um público racional e individualista, com o preservativo associado à ideia de “risco sexual”. Os relatos dos(as) usuários(as) quanto à divulgação de informações sobre essas profilaxias evidenciaram sua insuficiência. Concluímos que ocorre uma baixa exploração do potencial das campanhas de comunicação, orientadas pela realidade sociocultural dos segmentos sociais, comprometendo o acesso às profilaxias. Assim, a biomedicalização da prevenção e o avanço do conservadorismo prejudicam a resposta brasileira à aids.
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