Representações sociais e decisões das gestantes sobre a parturição: protagonismo das mulheres

Autores

  • Raquel da Rocha Pereira Universidade da Região de Joinville
  • Selma Cristina Franco Universidade da Região de Joinville
  • Nelma Baldin Univille; Programa de Mestrado em Saúde e Meio Ambiente

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902011000300005

Palavras-chave:

Parto, Cesárea, Gestante, Autonomia pessoal, Tomada de decisões

Resumo

O objetivo central deste estudo foi compreender, a partir das representações sociais femininas, o protagonismo da mulher na decisão sobre a parturição. Por meio de pesquisa qualitativa com abordagem fenomenológica, foram entrevistadas 45 gestantes, no último trimestre da gravidez, que realizavam pré-natal nos sistemas público e privado de saúde de Joinville, Santa Catarina. A análise de conteúdo dos relatos possibilitou emergirem três categorias empíricas: medos e preocupações; vivências e influência sociocultural. Com esse substrato teórico-metodológico, analisou-se a representação social da mulher no processo da parturição, que é simbolizado por conflitos de sentimentos, dúvidas e apreensões originadas principalmente pelo medo do sofrimento imposto pela dor. Tal concepção é apoiada pelo modelo biomédico e pela mídia. A parturição no Brasil, como que "terceirizada", é culturalmente entendida como uma etapa complexa que requer conhecimentos especializados, que legitima o saber técnico-científico em detrimento do fisiológico, reforçando assim a assimetria do poder de decisão entre médico e gestante. Além disso, o desconhecimento das mulheres grávidas sobre o significado, o impacto e os benefícios da etapa da parturição para o recém-nascido deixa-as inseguras e sem o devido senso crítico sobre o conteúdo de outras fontes de informações, como telenovelas, histórias de outras mulheres construídas pelo meio social e a própria experiência em partos anteriores. Isso gera um comportamento de dúvidas e apreensões. Fragilizada, submete-se a uma cesárea programada para evitar a dor física e emocional provocada pelos medos. A reversão desse quadro perpassa por uma revisão na formação do médico e pelas ações de empoderamento da mulher.

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Publicado

2011-01-01

Edição

Seção

Parte I - Artigos

Como Citar

Pereira, R. da R., Franco, S. C., & Baldin, N. (2011). Representações sociais e decisões das gestantes sobre a parturição: protagonismo das mulheres . Saúde E Sociedade, 20(3), 579-589. https://doi.org/10.1590/S0104-12902011000300005