As práticas integrativas e complementares no campo da saúde: para uma descolonização dos saberes e práticas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902020190297

Palavras-chave:

Epistemologia, Descolonização, Saúde Pública, Terapias Complementares, Interculturalidade

Resumo

O manuscrito, em forma de ensaio, objetiva contribuir para o diálogo entre as abordagens das Epistemologias do Sul e o campo da saúde, com ênfase nas relações entre a biomedicina e os saberes e práticas tradicionais, complementares e integrativos. Essas relações são exploradas a partir da produção do conhecimento sobre as dimensões do saber, do poder e do ser na perspectiva da descolonização. Estudo de natureza teóricoconceitual. A descolonização do saber procura descolonizar a ciência e apropriar-se dela de forma contra-hegemônica, valorizar a interculturalidade, abrindo espaços para a inclusão dos diferentes tipos de saberes e práticas de cuidado. A descolonização do poder supõe a igualdade frente ao livre acesso e exercício dos diferentes tipos de recursos terapêuticos, deixando de tratá-los de forma marginal. A descolonização do ser incorpora práticas terapêuticas no campo da subjetividade, como a religiosidade/espiritualidade e as artes, sendo necessárias para a completude da pessoa. Dos encontros e articulações dessas dimensões emergem ecologias de saberes, abrindo o caminho à descolonização na saúde. O campo da saúde pública tem um papel central a desempenhar nesse processo, mas falta ampliar a sua concepção de saúde, incorporando a sua diversidade e pluralidade de saberes e práticas sociais.

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Publicado

2020-09-07

Edição

Seção

Artigos de pesquisa original

Como Citar

Guimarães, M. B., Nunes, J. A., Velloso, M., Bezerra, A., & Sousa, I. M. de. (2020). As práticas integrativas e complementares no campo da saúde: para uma descolonização dos saberes e práticas. Saúde E Sociedade, 29(1), e190297. https://doi.org/10.1590/S0104-12902020190297