Fake news sobre drogas: pós-verdade e desinformação
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-12902020190342%20Palavras-chave:
Saúde Coletiva, Usuários de Drogas, Comunicação em Saúde, Pesquisa QualitativaResumo
O objetivo deste artigo é analisar os discursos sobre drogas em publicações da internet cujo conteúdo foi identificado como falso em plataformas de checagem de dados. Trata-se de estudo de abordagem qualitativa, que seguiu procedimentos de análise do discurso. A partir de pesquisa na internet, selecionaram-se 85 notícias falsas sobre drogas. A análise indica que o tom negativo e alarmista é o mais comum. O desfecho trágico mais citado foi a morte. Outros desfechos negativos também foram lembrados, como: assalto, transformar-se em zumbi, câncer, prostituição, infecções sexualmente transmissíveis e até mesmo canibalismo. Foram identificadas três unidades de discurso: sátira sobre drogas com potencial para enganar; drogado como categoria de acusação; e epidemia das drogas ilícitas. Como pano de fundo da problematização acerca do fenômeno fake news, questionam-se concepções que advogam a impossibilidade da compreensão do real, abrindo espaço para que o conhecimento acadêmico-científico seja equiparado a convicções pessoais, reforçando subjetivismos e irracionalismos que tendem a fortalecer a recepção e a proliferação de fake news nos mais variados campos do conhecimento.
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