Upuahu iwi i pe ─ sonhar o chão com os pés no chão

Autores

  • Ruth Silva Torralba Ribeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v12i1p116-133

Palavras-chave:

Ancestralidade, Corpo-território, Mulheres indígenas, Cuidado

Resumo

Esta escrita narra uma experiência em um ritual ancestral do povo Guajajara, o Wira’o haw, na aldeia urbana Maraka’nà, localizada no Rio de Janeiro, que resiste ao genocídio, epistemicídio, ecocídio e racismo estruturados desde a invasão colonial. O Wira’o haw celebra a primeira menstruação da menina, kuzà tein, e o rito de passagem para a vida adulta. Momento em que as zari, as mulheres mais velhas, transmitemlhes ensinamentos e cuidados ancestrais com o corpo-território. Partilhar essa experiência numa revista acadêmica, sobretudo, no momento histórico em que vivemos, de criação do Ministério dos Povos Indígenas, coordenado por uma mulher Guajajara, é partilhar um ritual de reparação, reflorestamento e retomada de nossas histórias soterradas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ruth Silva Torralba Ribeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    Artista da dança. Professora dos cursos de graduação em dança e do programa de pós-graduação em dança da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Coordenadora do núcleo de pesquisa, estudos e encontros em dança (onucleo) – UFRJ. Apoiadora da Universidade Indígena Pluriétnica e Multicultural Aldeia Maraka'nà, Rio de Janeiro.

Referências

ALDEIA MARACANÃ/Aldeia Maraka’nà - Aldeia Rexiste. Rio de Janeiro: [s. n.], 22 fev. 2019. 1 vídeo (4 min 32 s). Publicado pelo canal Aldeia Maraka’nà. Disponível em: https://youtu.be/TSWMCvDz9ms. Acesso em: 18 maio 2023.

BRASIL. Portaria Normativa AGU nº 82, de 20 de janeiro de 2023. Institui Grupo de Trabalho no âmbito da Advocacia Geral da União, com a finalidade de obter subsídios e contribuições das organizações da sociedade civil e dos poderes públicos para auxiliar na elaboração da regulamentação da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2023. Disponível em: file:///C:/Users/Tikinet/Downloads/Portaria%20GMMS%20n%C2%BA%2028,%20de%2020%20de%20janeiro%20de%202023.pdf. Acesso em: 18 maio 2023.

CABNAL, Lorena. Sanación, bem-viver e a rede da vida. In: INSTITUTO POLÍTICAS ALTERNATIVAS PARA O CONE SUL. Outras Economias: alternativas ao capitalismo e ao atual modelo de desenvolvimento. Rio de Janeiro: Instituto PACS, 2018.

GUAJAJARA, Kaê. Descomplicando com Kaê Guajajara: o que você precisa saber sobre os povos originários e como ajudar na luta anti-racista. Rio de Janeiro: Azuruhu, 2020.

GUAJAJARA, Potira Krikati; GUAJAJARA, Urutau. Tentehar muze’eg uze’eg ze’egar haw a’e: cantos e encantos. Rio de Janeiro: Aldeia Maracanã: Cesac: Imotirô, 2022.

KAMBEBA, Márcia Wayna. Ay Kakyri tama: eu moro na cidade. São Paulo: Pólen, 2018.

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

KRENAK, Ailton. Caminhos para a cultura do bem-viver. Rio de Janeiro: Escola Parque, 2020.

KRENAK, Ailton. Futuro Ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: n-1, 2018.

MUNDURUKU, Daniel. Mundurukando. Sobre saberes e utopias. Lorena: Uk’a, 2020. v. 1.

NUÑEZ, Geni. Monoculturas do pensamento e a importância do reflorestamento do imaginário. ClimaCom, Campinas, v. 8, n. 21, p. 1-8, 2021.

PACHAMAMA, Aline Rochedo. Guerreiras. Rio de Janeiro: Pachamama, 2018.

POTIGUARA, Eliane. Metade cara, metade máscara. Rio de Janeiro: Grumin, 2018.

SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, quilombos: modos e significações. Brasília, DF: Ayó, 2021.

SILVA. Rafael Freitas da. O Rio antes do Rio. Belo Horizonte: Relicário, 2019.

TAVARES, Inara do Nascimento. Terra, água e sementes: do corpo território das mulheres indígenas a uma concepção de soberania alimentar. In: LIMA, Aline Alves de; QUEIROZ, Ana Luisa; DORNELAS, Rafaela Silva; SCHOTTZ, Vanessa (org.). Mulheres e soberania alimentar: sementes de mundos possíveis. Rio de Janeiro: Instituto PACS, 2019. p. 57-65.

URUTAU - Resistência Maraka’nã. Rio de Janeiro: [s. n.], 27 mar. 2021. 1 vídeo (86 min). Publicado pelo canal Urutau. Disponível em: https://youtu.be/QGU2qA3pjz4. Acesso em: 18 maio 2023.

VIEZZER, Moema; GRONDIN, Marcelo. Abya Yala! Genocídio, Resistência e Sobrevivência dos Povos Originários das Américas. Rio de Janeiro: Bambual, 2021.

Downloads

Publicado

2022-06-30

Como Citar

Upuahu iwi i pe ─ sonhar o chão com os pés no chão. (2022). Revista Aspas, 12(1), 116-133. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v12i1p116-133