Análise da rede de trânsito de bovinos no estado de Mato Grosso, Brasil

Autores

  • Rísia Lopes Negreiros Instituto de Defesa Agropecuária do Estado do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brazil
  • José Henrique Hildebrand Grisi-Filho Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP, Brazil
  • Ricardo Augusto Dias Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP, Brazil
  • Fernando Ferreira Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP, Brazil
  • José Soares Ferreira Neto Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP, Brazil
  • Raul Ossada Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP, Brazil
  • Marcos Amaku Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP, Brazil https://orcid.org/0000-0003-4752-6774

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.bjvras.2020.171635

Palavras-chave:

Trânsito animal, Brasil, Bovinos, Análise de redes, Comércio

Resumo

Caracterizamos a rede de trânsito de bovinos em Mato Grosso, Brasil – um estado responsável por uma quantidade significativa das exportações brasileiras de carne bovina. Nesta análise, o interesse foi na importância de abatedouros na rede de trânsito de bovinos, nas características do comércio para diferentes finalidades (especialmente para reprodução, engorda e abate), e sobre a importância dos principais comerciantes. Encontramos que a distância mediana de todos os movimentos foi de 79,0 km, com um intervalo interquartil entre 37,2 e 163,2 km, o que sugere um padrão de comércio de alcance relativamente curto; cerca de 20% dos estabelecimentos que compram mais animais foram responsáveis por 95% dos animais comprados e 20% dos estabelecimentos que vendem mais animais foram responsáveis por 86% dos animais vendidos, o que mostra a importância dos principais comerciantes de bovinos. Ajustando a distribuição de graus usando uma distribuição de lei de potência, obtivemos um parâmetro de escala de 2,59, indicando que a rede de movimentação de bovinos de Mato Grosso é menos densa do que outras redes de trânsito bovino observadas. As redes para engorda, reprodução e abate compreenderam 73%, 56% e 25% de todos os nós e 52%, 30% e 17% de todas as arestas, respectivamente; e os frigoríficos tiveram os mais altos graus de entrada e totais, seguidos por mercados e fazendas, desempenhando o papel de principais pontos de comércio de gado. Por conseguinte, abatedouros são potencialmente úteis como pontos de vigilância para detectar casos, e o controle de estabelecimentos importantes para o comércio pode otimizar o uso de recursos para o controle de doenças.

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Biografia do Autor

  • Marcos Amaku, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP, Brazil

    Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal

    Possui Bacharelado em Física pela Universidade de São Paulo (1993), mestrado em Física pela Universidade de São Paulo (1997) e doutorado em Física pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é professor doutor da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia Matemática, atuando principalmente no seguinte tema: epidemiologia - modelos matemáticos.

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Publicado

2020-12-22

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Como Citar

1.
Negreiros RL, Grisi-Filho JHH, Dias RA, Ferreira F, Ferreira Neto JS, Ossada R, et al. Análise da rede de trânsito de bovinos no estado de Mato Grosso, Brasil. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. [Internet]. 22º de dezembro de 2020 [citado 20º de maio de 2024];57(4):e171635. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/bjvras/article/view/171635