Epidemiologia da Leptospirose em animais silvestres na Fundação Parque Zoológico de São Paulo

Autores

  • Sandra Helena Ramiro Corrêa Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Divisão de Veterinária, São Paulo, SP
  • Silvio Arruda Vasconcellos Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP
  • Zenaide Morais Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP
  • Antoninho de Assis Teixeira Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Divisão de Veterinária, São Paulo, SP
  • Ricardo Augusto Dias Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP
  • Marcelo Alcindo de Barros Vaz Guimarães Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Reprodução Animal, São Paulo, SP
  • Fernando Ferreira Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP
  • José Soares Ferreira Neto Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Medicina Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, SP

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1413-95962004000300007

Palavras-chave:

Animal silvestre, Cativeiro, Zoológico, Leptospirose, Zoonose

Resumo

A Leptospirose é uma doença bacteriana de caráter zoonótico que afeta os animais domésticos, silvestres e o homem. Levantamentos sorológicos têm demonstrado o envolvimento de diferentes espécies sinantrópicas e silvestres na epidemiologia da doença. Com o objetivo de conhecer melhor a epidemiologia da Leptospirose dentro da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, foi realizado um estudo sorológico nos animais silvestres mantidos em cativeiro, no período de 1996 a 1999. Foram colhidas amostras de sangue de 302 animais atendidos na rotina da Divisão de Veterinária, das quais 59 apresentaram resultado positivo (19.5%) para a prova de Soroaglutinação Microscópica. Os sorovares mais prováveis para o conjunto total de resultados foram : copenhageni (15/59=25.4%), pomona (13/59=22%) e castellonis (10/59=16.9%). Entre os animais silvestres examinados os sorovares mais prováveis foram : Família Callithrichidae : castellonis (3/3=100%), Família cebidae : copenhageni : (13/21=65%), grippotyphosa (2/21=9.5%) e castellonis (1/21=44.7%). Família felidae : pomona (12/17=70.5%), icterohaemorrhagiae (2/17=11.7%) e grippotyphosa (1/17=5.8%), Família canidae : castellonis (2/4=50%), cynopteri (1/4=25%) e mini (1/4=25%), Família cervidae : mini (1/1=100%), Família bovidae : copenhageni (2/3=66.6%), pomona (1/3=33.3%), Família dasyproctidae : castellonis (2/3=66.6%), Família macropodidae: sentot (1/1=100%), família giraffidae : castellonis (1/1=100%). Animais de vida livre como ratos (Rattus norvegicus) e gambás (Didelphis marsupialis) também foram submetidos a prova de soroaglutinação necroscópica e cultura bacteriológica. Foram encontrados testes positivos para o sorovar icterohaemorrhagiae em 42,8% dos ratos e 40% dos gambás estudados. As freqüências de positivos quando analisadas do ponto de vista da localização espacial dos recintos destes animais, permitiram a verificação da existência de áreas críticas para exposição à leptospira dentro da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. As freqüências de positivos para as várias áreas examinadas foram : Setor extra (36/113=31.8%), Alameda dos felinos (10/20=50%), Ilhas+Alameda, Lago+Alameda Girafa (3/14=21.4%), Alameda Urso+Alameda Zebra (3/21=14.2%), Gaiolão II (1/21=14.2%), Planície Africana (2/15=13.3%) e Alameda Bisão (1/2=50%). As razões desta constatação foram discutidas e medidas de profilaxia e controle para a Leptospirose no ambiente da Fundação Parque Zoológico de São Paulo foram sugeridas. Também foi discutida a importância do monitoramento sorológico em ambientes de zoológico para ações de vigilância.

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Publicado

2004-06-01

Edição

Seção

NÃO DEFINIDA

Como Citar

1.
Corrêa SHR, Vasconcellos SA, Morais Z, Teixeira A de A, Dias RA, Guimarães MA de BV, et al. Epidemiologia da Leptospirose em animais silvestres na Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. [Internet]. 1º de junho de 2004 [citado 9º de junho de 2024];41(3):189-93. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/bjvras/article/view/6276