A moral da história

Autores

  • Vinícius Figueiredo Universidade Federal do Paraná. Departamento de Filosofia.

Palavras-chave:

Estado, mercado, teleologia, discurso

Resumo

A despeito de tudo o que os separa, Constant e Hegel têm em comum o diagnóstico conforme o qual a inovação da política moderna frente a sua forma clássica consiste em que, nela, a liberdade se realiza indiretamente: ela requer, respectivamente, o mercado ou o Estado. Argumentamos de início que 1) o moti­vo dessa convergência de fundo é a compreensão moderna da política como âmbito no qual a consciência moral, tornada privada no limiar do Esclarecimento, adquire sua expressão pública; 2) o êxito dessa expressão é assegurado, nestes dois autores, pela filosofia da história, no que revelam sua proximidade a Kant. Ocorre que o vínculo entre modernidade e moralidade foi reinterpretado à luz da crise da teleologia, como ilustram os dois paradigmas teóricos examinados no passo seguinte deste ensaio: a sociologia positiva e a teoria do discurso. A referência feita a estas duas vertentes visa indagar até que ponto tais alternativas ao modelo teleológico dão conta dos problemas que o suscitaram.

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Publicado

2022-05-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A moral da história. (2022). Cadernos De Ética E Filosofia Política, 1(04), 45-60. https://www.revistas.usp.br/cefp/article/view/198012