A percepção de agentes funerários sobre morte e vida a partir de sua experiência laboral

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v24i1p17-31

Palavras-chave:

Morte, Agente funerário, Prática laboral, Existencialismo

Resumo

Esta pesquisa pretendeu analisar como a experiência laboral do agente funerário afeta suas relações cotidianas e sua percepção sobre a morte. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com cinco agentes funerários no Sul do Brasil. Em uma sociedade onde o tema da morte é um tabu, ao se relacionar com o corpo falecido nos rituais funerários, são despertados no trabalhador questionamentos acerca da própria finitude. Os dados coletados foram submetidos a uma análise de conteúdo e discutidos a partir de uma perspectiva existencialista sartriana quando os conceitos como morte e projeto-de-ser foram explorados. Identificaram-se alguns fatores que podem dificultar o trabalho dos agentes, dentre eles: a falta de preparação para o atendimento da família enlutada, a dificuldade em se deparar com a questão da morte, os impactos de seu trabalho nas relações pessoais e a visão social sobre as características de seu trabalho.

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Biografia do Autor

  • Zuleica Pretto, Universidade do Sul de Santa Catarina

    Psicóloga, licenciada, Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Docente do Curso de Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina. Coordenadora do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Psicologia Existencialista Sartreana. Psicoterapeuta no Espaço Biografias Psicologia.

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Publicado

2021-12-14

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

A percepção de agentes funerários sobre morte e vida a partir de sua experiência laboral. (2021). Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho, 24(1), 17-31. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v24i1p17-31