“Todos são iguais”, “todos são responsáveis” e “todos estão no mesmo barco”: os (des)entendimentos da autogestão cooperativa

Autores

  • Egeu Gómez Esteves Universidade Federal do Rio Grande, Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Curso de Psicologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v16i1p135-148

Palavras-chave:

Trabalho, Interação, Autogestão, Empresas recuperadas, Economia solidária, Psicologia social.

Resumo

Este estudo de caso investigou como cooperados de uma cooperativa industrial negociam interesses e constroem
entendimentos no cotidiano da autogestão de sua cooperativa. Com este objeto, conduzimos uma observação
etnográfica do dia a dia de trabalho dos cooperados, o que incluiu longas conversas ao lado das máquinas, bem como
seis entrevistas semiestruturadas. Obtivemos que os cooperados formularam ao menos três importantes regras tácitas
sobre o funcionamento coletivo na cooperativa: “todos são iguais”; “todos são responsáveis”; e “todos estão no
mesmo barco”. Os cooperados utilizam tais regras para manter a simetria de poder na cooperativa, para cobrar
atitudes uns dos outros e para manter a coesão do grupo. Cada regra corresponde a uma característica psicossocial
desses cooperados: eles se preocupam com a cooperativa; eles controlam os demais cooperados; e eles se sentem
parte da cooperativa. Concluímos que os cooperados alternam, simbolicamente, posições e interesses: ora se
posicionam como “sócios favoráveis à cooperativa”, ora como “trabalhadores em prol dos cooperados” e ora como
“pessoas em busca de uma vida melhor”.

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Publicado

2013-06-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

“Todos são iguais”, “todos são responsáveis” e “todos estão no mesmo barco”: os (des)entendimentos da autogestão cooperativa. (2013). Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho, 16(1), 135-148. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v16i1p135-148