Necropolítica bolsonarista e discurso autoritário: considerações acerca dos impactos causados às pessoas que vivem com HIV

Autores

  • Everton da Silva Santos Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.193525

Palavras-chave:

Governo Bolsonaro, Ações necropolítica, Discurso excludente, PVHIV

Resumo

A proposta deste artigo é, assertivamente, investigar em que modo as ações necropolíticas instituídas ao longo dos dois primeiros anos de governo Bolsonaro permitiram a continuidade da estigmatização e estereotipação das pessoas que vivem com HIV (PVHIV) no Brasil. Propusemos analisar discursos autoritários proferidos pelo presidente da República em 2020, que incute na perpetuação do estigma, na violência da sociedade e negligência do Estado, bem como a violação dos Direitos Humanos, tendo como resultado a marginalização e invisibilidade destes sujeitos. Sob a perspectiva qualitativa dos estudos sociais, considerar-se-á as reflexões suscitadas por Mbembe (2017) para analisar as formas de controle enquanto mecanismo de poder; e por Adorno (1995), para verificar como o discurso excludente de Bolsonaro ameaça esse grupo social.

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Biografia do Autor

  • Everton da Silva Santos, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas

    Geógrafo, mestrando pelo Programa de Pósgraduação Humanidades, Direitos e Outras
    Legitimidades da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São
    Paulo (FFLCH/USP).

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Publicado

2022-05-31

Como Citar

Santos, E. da S. (2022). Necropolítica bolsonarista e discurso autoritário: considerações acerca dos impactos causados às pessoas que vivem com HIV. Revista Extraprensa, 15(Especial), 359-371. https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.193525