Análise da Conversação e oralidade em textos escritos

Autores

  • Luiz Antônio da Silva Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v17i1p131-155

Palavras-chave:

Análise da Conversação. Conversação. Oralidade. Ensino de língua.

Resumo

Marcuschi (1977) ressalta que a oralidade é um importante tópico a ser desenvolvido na sala de aula, mas, infelizmente, tem sido deixado de lado, pois professores e responsáveis pelo ensino não consideram a importância da oralidade no ensino de língua materna. A razão principal é o foco que é dado ao ensino de língua nas escolas brasileiras: a escola existe para ensinar a escrever e escrever bem. Apesar dos avanços dos estudos linguísticos sobre fala e escrita; apesar das contribuições da Sociolinguística e da Análise da Conversação; apesar dos preconceitos vencidos, especialmente sobre a distinção rigorosa entre as duas modalidades, há, ainda, um percurso a vencer. Dessa forma, é produtivo trazer à tona a discussão sobre fala e escrita. Decorridos vários anos da constatação de Marcuschi (1977), autores de livros didáticos, professores, pesquisadores e responsáveis pelo ensino de língua portuguesa têm outra postura teórica, mas, na prática, ainda, há muito que avançar, pois a escrita continua a ser o foco do ensino de língua portuguesa nas escolas brasileiras. Tudo indica que boa parte dos professores conhece a teoria, mas eles têm dificuldades na prática do cotidiano escolar. Este trabalho tem por objetivo analisar marcas de oralidade ou efeitos de oralidade em textos literários escritos, mais precisamente em diálogos produzidos. A partir dessas análises, busca-se dar subsídios ao professor de língua portuguesa, a fim de que ele possa trabalhar de forma coerente e produtiva. Para ilustrar nossas observações, escolhemos fragmentos de crônicas do escritor brasileiro Luís Fernando Veríssimo, publicadas em três obras: Comédias para se ler na escola,Sexo na cabeça e Amor Veríssimo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Luiz Antônio da Silva, Universidade de São Paulo
    Professor da Área de Filologia e Língua Portuguesa, no âmbito da graduação e da pós-graduação, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, campus do Butantã, em São Paulo e pesquisador do Projeto NURC/SP.

Referências

Areta Lara M. Reflexiones sobre la presencia de lo oral en declaraciones matrimoniales de finales del siglo XVI. In: Cortés Rodrigues L, et al. (Coords.). Oralia. Anejo 3/1. Discurso y oralidad. Madri: Arco/Libros; 2007. p. 317-331.

Barros DLP. Entre a fala e a escrita: algumas reflexões sobre as posições intermediárias. In: Preti D (Org.). Fala e escrita em questão. São Paulo: Humanitas; 2000. p. 57-77.

Barros DLP. Procedimentos de reformulação: a correção. In: Preti D (Org.). Oralidade em textos escritos. São Paulo: Humanitas; 2001. p. 129-156.

Barros DLP. Efeitos de oralidade no texto escrito. In: Preti D (Org.). Oralidade em diferentes discursos. São Paulo: Humanitas; 2006. p. 57-84.

Biber D. Variation across speech and writing. Cambridge: Cambridge University Press; 1988.

Briz Gómez A. El español coloquial en la conversación: esbozo de pragmagramática. Barcelona: Ariel; 1998.

Briz Gómez A. Aportaciones del análisis del discurso oral. In: Sánchez Lobato J, Santos Gargallo I (Orgs.). Vademécum para la formación de profesores. Madri: Sociedad General Española de Librería (SGEL); 2004. p. 219-242.

Briz Gómez A, Serra Alegre E. De lo oral y lo escrito y entre lo oral y lo escrito. In: Briz Gómez A, Cuenca Ordinyana MJ, Serra Alegre E (Eds.). Sobre l´oral i l´escrit. Valencia: Universitat de València; 1997. p. 1-6.

Bustos Tovar JJ. La imbricación de la oralidad em la escritura como técnica del discurso narrativo. In: Kotschi T, Oesterreicher W, Zimmermmann K (Eds.). El español hablado y La cultura oral en España e hispanoamérica. Madri: Iberoamericana; 1996. p. 359-374.

Bustos Tovar JJ. Organización textual y oralidad. In: Briz Gómez A, Cuenca Ordinyana MJ, Serra Alegre E (Eds.). Sobre l´oral i l´escrit. Valencia: Universitat de València; 1997. p. 7-24.

Fávero LL, et alii. Interação em diferentes contextos. In: Bentes AC, Leite MQ (Orgs.). Linguística de texto e análise da conversação: panorama das pesquisas no Brasil. São Paulo: Cortez; 2010. p. 91-158.

Galembeck PT. O turno conversacional. In: Preti D (Org.). Análise de textos orais. São Paulo: Humanitas; 1993. p. 55-79.

Galembeck PT. Marcas da oralidade em textos escolares. In: Preti D (Org.). Oralidade em diferentes discursos. São Paulo: Humanitas; 2009. p. 249-261.

Galembeck PT, Silva LA, Rosa MM. O turno conversacional. In: Preti D, Urbano H (Orgs.). A linguagem falada culta na cidade de São Paulo. São Paulo: T.A.Queiroz/Fapesp; 1990. p. 58-98.

Hilgert G. A construção do texto “falado” por escrito: a conversação na internet. In: Preti D (Org.). Fala e escrita em questão. São Paulo: Humanitas; 2000. p. 17-55.

Hilgert JG. A qualificação discursiva no texto falado. In: Urbano H, et alii (Orgs.). Dino Preti e seus temas:oralidade, literatura, mídia e ensino. São Paulo: Cortez; 2001. p. 62-84.

Hilgert JG. A oralidade em textos escritos: reflexões à luz de uma teoria de texto. In: Caleidoscópio. 2011;3(9):171-179.

Koch P, Oesterreicher W. Linguagem da imediatez – linguagem da distância: oralidade e escrituralidade entre a teoria da linguagem e a história da língua. Tradução do alemão de Hudinilson Urbano e Raoni Caldas. Linha D´Água. 2013[1985];26(1):153-174.

Leite MQ, et alii. A Análise da Conversação no Grupo de Trabalho Linguística do Texto e Análise da Conversação da Associação Nacional de Pós-Graduação em letras e Linguística. In: Bentes AC, Leite MQ (Orgs.). Linguística de texto e análise da conversação: panorama das pesquisas no Brasil. São Paulo: Cortez; 2010. p. 49-87.

Marcuschi LA. Análise da Conversação. São Paulo: Ática; 1986.

Marcuschi LA. Questões atuais na Análise da Conversação. 3º Encontro Nacional da ANPOLL;3.jul.1988; Recife, Brasil. Recife: ANPOLL; 1988. p. 319-335.

Marcuschi LA. Concepção de língua falada nos manuais de português de 1º. E 2º graus: uma visão crítica. In: Trabalhos em Linguística Aplicada. 1997; 30:39-79.

Marcuschi LA. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez; 2001.

Negreiros GRC. Marcas de oralidade na poesia de Manuel Bandeira. São Paulo: Paulistana; 2009.

Neves MHM. Fala e escrita: a mesma gramática? In: Preti D (Org.). Oralidade em textos escritos. São Paulo: Humanitas; 2009. p. 19-40.

Oesterreicher W. Lo hablado en lo escrito. Reflexiones metodológicas y aproximación a una tipología. In: Kotchi T, Oesterreicher W, Zimmermmann K (Eds.). El español hablado y La cultura oral en España e hispanoamérica. Madri: Iberoamericana; 1996. p. 317-340.

Preti D. A língua falada e o diálogo literário. In: Preti D (Org.). Análise de textos orais. 5.ed. São Paulo: Humanitas; 2001. p. 215-228.

Preti D. Estudos de língua oral e escrita. Rio de Janeiro: Lucerna; 2004.

Silva LA. Oralidade em contos de Luiz Vilela. In: Preti D (Org.). Oralidade em textos escritos. São Paulo: Humanitas; 2009. p. 151-187.

Urbano H. Oralidade na literatura:o caso Rubem Fonseca. São Paulo: Cortez; 2000.

Urbano H. Usos da linguagem verbal. In: Preti D (Org.). Oralidade em diferentes discursos. São Paulo: Humanitas; 2006. p. 19-55.

Veríssimo LF. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva; 2001.

Veríssimo LF. Sexo na cabeça. Rio de Janeiro: Objetiva; 2002.

Veríssimo LF. Amor Veríssimo. Rio de Janeiro: Objetiva; 2013.

Downloads

Publicado

2015-06-21

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Análise da Conversação e oralidade em textos escritos. (2015). Filologia E Linguística Portuguesa, 17(1), 131-155. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v17i1p131-155