Pessoalidade e impessoalidade verbais: do esse ao “haver” com noção existencial

Autores

  • Sávio Jorge da Silva Carvalho Alpha Colégio e Pré -vestibular, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil
  • Thiago Soares de Oliveira Instituto Federal Fluminense, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil http://orcid.org/0000-0002-3078-0058

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v23i1p89-103

Palavras-chave:

Linguística histórica, História da língua portuguesa, Língua latina, Mudança linguística, Impessoalidade do verbo haver

Resumo

Trata-se aqui de um estudo diacrônico morfossintático-léxico-semântico, cuja temática geral diz respeito à pessoalidade e à impessoalidade verbais, a partir de pesquisa bibliográfica que recorre a fontes de dados constituídas por artigos, dicionários e livros dedicados à abordagem de temas caros à Linguística Histórica, à História da Língua Portuguesa e à Língua Latina. O objetivo deste trabalho é investigar, a partir das teorias apresentadas, o comportamento da pessoalidade do verbo esse, cujo sentido possível é a acepção de “existir”, e a pessoalidade do habere (haver) no latim clássico, contrastando a pessoalidade desta forma verbal com a impessoalidade do “haver” existencial no português. Ao fim, conclui-se que a impessoalização do verbo “haver” com noção existencial na língua portuguesa deve-se à confusão entre os casos latinos nominativo e ablativo durante o processo de mudança linguística.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Thiago Soares de Oliveira, Instituto Federal Fluminense, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil

    Doutorando e Mestre em Cognição e Linguagem pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Professor da Licenciatura em Letras e da Especialização em Literatura, Memória Cultura e Sociedade do Instituto Federal Fluminense.

Referências

Almeida N M. Gramática latina. 30ª ed. São Paulo: Saraiva; 2011.
Almeida N M. Gramática metódica da língua portuguesa. 46ª ed. São Paulo: Saraiva; 2009.
Bortoni-Ricardo S M. Educação em língua materna: a sociolinguística em sala de aula. São Paulo: Parábola; 2004.
Cart A, et al. Gramática latina. São Paulo: EDUSP; 2010.
Cegalla D P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional; 2010.
Cunha C, Cintra L F L. Nova gramática do português contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon; 2017.
Faraco C A. Lingüística histórica: uma introdução ao estudo das línguas. São Paulo: Parábola; 2005. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/359853/mod_resource/content/1/FARACO%2C%20Carlos%20Alberto%20-%20Lingu%C3%ADstica%20Hist%C3%B3rica.pdf. Acesso em: 22 dez. 2017.
Faria E. Dicionário escolar latino português. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura; 1962.
Faria E. Gramática Superior da Língua Latina. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica; 1958.
Ferreira A B H. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. São Paulo: Regis; 2009.
Fonseca O, Morais D V. Língua latina: gramática. São Paulo: Cia. Ed. Nacional; 1942.
Freitas H R. Aspectos diacrônicos e sincrônicos da língua portuguesa. Revista da Academia Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Ano 7 (7), 56-68, 2010. Disponível em: http://www.filologia.org.br/abf/rabf/7/056.pdf. Acesso em: 10 mai. 2018.
Grandgent C . An introduction to vulgar Latin. Boston: DC Heath & Company; 1907.
Houaiss A, Villar M S. Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva; 2008.
Maciel M. Grammatica analytica. Rio de Janeiro: Francisco Alves; 1887.
Magne A. Grammatica Latina. Rio de Janeiro: Livraria, Papelaria e Litho Typographia; 1930.
Marcotulio L L, et al. Filologia, história e língua: olhares sobre o português medieval (1ª ed.). São Paulo: Parábola; 2018.
Marouzeau J. A ordem das palavras em latim. 1ª ed. Rio de Janeiro: Autografia; 2017.
Mattos e Silva R V. Caminhos e mudanças sintático-semânticas no português arcaico. Revista de Estudos Linguísticos, Ano 1 (1), 85-99, 1992. Disponível em: http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/viewFile/955/1063. Acesso em: 30. jul. 2019. DOI: 10.17851/2237-2083.1.1.85-99
Mattos e Silva R V. Vitórias de ter sobre haver nos meados do século XVI: usos e teoria em João de Barros. In Mattos e Silva R V, Machado Filho A V L (Ed). O português quinhentista: estudos linguísticos (p. 124-142). Salvador: EDUFBA; 2002.
Mattoso Câmara Júnior J. Introdução às línguas brasileiras. Rio de Janeiro: Ao livro técnico; 1979.
Michaelis. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2015.
Nunes J J. Compêndio de gramática histórica portuguesa: fonética e morfologia. Lisboa: Livraria clássica editora; 1969.
Pezatti E G. A ordem das palavras em português. São Paulo: Párabola Editorial; 2014.
Portugal. Dicionário de latim-português e português-latim. Porto: Porto Editora; 2014.
Rezende A M, Bianchet S B. Dicionário do latim essencial. São Paulo: Autêntica, 2014.
Rocha Lima C H. Gramática normativa da língua portuguesa. 49ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio; 2011.
Williams E B. Do latim ao Português: fonologia e morfologia históricas da língua portuguesa. 4ª ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; 1986.

Downloads

Publicado

2021-09-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Pessoalidade e impessoalidade verbais: do esse ao “haver” com noção existencial. (2021). Filologia E Linguística Portuguesa, 23(1), 89-103. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v23i1p89-103