Caracterização morfológica dos prenomes mais populares no Brasil nas décadas de 1930 a 2000: um estudo exploratório

Autores

  • Marcia Sipavicius Seide Universidade Estadual do Oeste do Paraná , Mal. Cândido Rondon e Cascavel, PR, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v23i1p47-69

Palavras-chave:

Onomástica, Antroponomástica, Prenomes, Morfologia

Resumo

Tanto nas gramáticas escolares quanto nos manuais de Morfologia pouca atenção é dada aos traços morfológicos dos nomes próprios pessoais. Diante dessa lacuna, este artigo apresenta um estudo exploratório baseado em dados do IBGE sobre os primeiros nomes mais populares do período de 1930 a 2000. Na amostra formada pela união das listas de nomes geradas pelo IBGE, há 13 sufixos na antroponímia masculina e 13 na antroponímia feminina, na qual também houve nome formado por composição aglutinante. A análise do valor de uso de cada sufixo mostrou que, enquanto o morfema feminino -a predomina na antroponímia feminina, há uso frequente dos morfemas zero, -el , -ão e -os na antroponímia masculina. Quanto à utilização dos sufixos no eixo cronológico, seu ciclo de uso é de três décadas na antroponímia masculina e dois na feminina. Em relação ao uso do par opositivo -o e -a em pares de prenomes populares em uma mesma década, os dados mostram que houve um ciclo de moda que durou duas décadas (1950 e 1960), não obstante seu uso ter sido constante ao longo de todo o período.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Alford RD. Naming and identity: a cross-cultural study of personal naming practices. New Haven: HRAF Press; 1988.

Almeida NM. Gramática metódica da língua portuguesa. 13ª ed. São Paulo: Saraiva; 1961.

Amaral ETR, Seide, MS. Nomes próprios de pessoa: introdução à antroponímia brasileira. São Paulo: Blucher; 2020.

Bajo Pérez E. La caracterización morfosintáctica del nombre propio. A Coruña: Noia; 2002.

Booij G. Construction morphology. Oxford: Oxford University Press; 2010.

Castilho AT. Nova gramática do português contemporâneo. São Paulo: Contexto; 2010.

Cegalla DP. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional; 1965.

Cunha C, Cintra L. Nova gramática do português contemporâneo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1985.

Dubois J, et al. Dicionário de linguística. São Paulo: Cultrix; 1978.

Faraco CE, Moura FM. Gramática, fonética e fonologia, morfologia, sintaxe, estilística. 4ª ed. São Paulo: Ática; 1990.

Fernández-Juncal C. Estructura formal del repertorio antroponímico español. Revista de Filología Española. 2021;10(1):127-149. [citado 19 mai. 2021]. Disponível em: http://revistadefilologiaespañola.revistas.csic.es/index.php/rfe/article/view/1287.

Fernández-Juncal C. Evolución de los usos antroponímicos en España. Moenia. 2019;25:149-177.

Guérios RFM. Dicionário etimológico de nomes e sobrenomes. São Paulo: Ave Maria; 1981.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nomes no Brasil2010 [internet]. [citado 11 abr. 2021]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/nomes/#/search.

Jimenez Segura S. La construcción de la identidad de género a partir de la selección del nombre de pila. Onomástica desde América Latina. 2020;1(1):172-198. [citado 26 mar. 2021]. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/onomastica/article/view/24165/pdf_1.

Lopes CAG. Lições de morfologia da língua portuguesa. Jacobina: -BAtIPÔ BA-Carimbos; 2003.

López FYG. Modelo de atribución tradicional: el calendario católico en las partidas de bautismo de la catedral de Tlalnepantla de Baz, Estado de México en 1960. Onomástica desde América Latina. 2020;1 (2):144-164. [citado 26 mar. 2021]. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/onomastica/article/view/25482.

Neves MH. Gramáticas de usos do português. São Paulo: Unesp; 2000.

Machado JP. Dicionário onomástico etimológico da língua portuguesa. Lisboa: Horizonte/Confluência; 2003. (Vol. 3).

Pereira Júnior FA. Grammatica pratica. Curitiba: Empreza Graphica Paranaense; 1924.

Ragauskaitė A. Tendencies of formation of anthroponyms of rural residents in the oldest Lithuanian parish register of Joniškis dated 1599-1621. Onomástica desde América Latina. 2021;2(3):1-27. [citado 26 mar. 2021]. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/onomastica/article/view/25781.

Reunião de professores: gramática, lexicologia, análise, composição. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves; 1937.

Rosa MC. Introdução à morfologia. São Paulo: Contexto; 2000.

Schücker B, Ackermann T. The morphosyntax of proper names: an overview. Folia Linguística. 2017;51(2):309-339.

Seide MS. Moda e tradição na antroponímia. In: Dal Corno GOM, Negri AI, organizadores. As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia e terminologia. Campo Grande: Ed. UFMS; 2018. p. 161-178.

Seide MS. Prenomes cristãos: constituição, etimologia, motivação para a escolha antroponímica e conhecimento onomástico. Revista de Estudos da Linguagem. 2021;29:49-76. [citado 19 mai. 2021]. Disponível em http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/16765.

Seide MS, Petrulionė L. Formação e usos de nomes hipocorísticos no português do Brasil e no idioma lituano. Alfa. 2020;64:1-27. [citado 27 mar. 2021]. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-57942020000100204&tlng=pt.

Soledade J. A antroponímia no português arcaico: aportes sobre a sufixação em nomes personativos. In: Lobo T, et al., organizadores. Rosae: linguística histórica, história das línguas e outras histórias. Salvador: EDUFBA; 2012. p. 323-336. [citado 25 mar. 2021]. Disponível em: http://books.scielo.org/id/67y3k.

Soledade J. Experimentando esquemas: um olhar sobre a polissemia das formações [Xi-EIR-]Nj no português arcaico. Diadorim. 2013;1(esp.):83-111.

Soledade J, Rodrigues, LS, Simões Neto, NA. A inovação antroponímica na Bahia dos séculos XIX, XX e XXI. Domínios de Lingu@gem. 2020;15(2):1-33. [citado 27 mar. 2021]. Disponível em http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/57065.

Van Langendonck W. Theory and typology of proper names. Mouton de Gruyter: Berlin/New York; 2007.

Villegas Molina ME, Brambila Paz R. Antroponimia registrada en las Mercedes de Jilotepec, siglo XVI. Onomástica desde América Latina. 2020a;1(1):122-144. [citado 25 mar. 2021]. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/onomastica/article/view/24162.

Villegas Molina ME, Brambila Paz R. Apellidos hispánicos en Centro-Norte de Nueva España, siglo XVI. Onomástica desde América Latina. 2020b;1(2):103-121. [citado 25 mar. 2021]. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/onomastica/article/view/25489.

Zabalza Seguín A. Del solar bajonavarro a la Nueva España: el viaje de Juan de Jaso (1523). Onomástica desde América Latina. 2020a;1(1)17-44. [citado 25 mar. 2021]. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/onomastica/article/view/24157

Zabalza Seguín A. El papel del estado en la formación de los apellidos: la Navarra francesa y la Navarra española. Onomástica desde América Latina. 2020b;1(2):17-44. [citado 25 mar. 2021]. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/onomastica/article/view/25491.

Zanotto N. Estrutura morfológica da língua portuguesa. 6ª ed. Caxias do Sul: IBRAL; 2013.

Downloads

Publicado

2021-09-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Caracterização morfológica dos prenomes mais populares no Brasil nas décadas de 1930 a 2000: um estudo exploratório. (2021). Filologia E Linguística Portuguesa, 23(1), 47-69. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v23i1p47-69