Mudança do perfil atendido pelas políticas públicas habitacionais e aumento dos bens não de uso: endividamento, retomada de imóveis e mais impacto na população de baixa renda

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2022.197214

Palavras-chave:

Política habitacional, Crédito, Alienação Fiduciária, Dívida, Retomada de Imóveis

Resumo

O crédito foi usado como ferramenta de acesso à moradia no Brasil, e a consequência desse fenômeno foi a perda de imóveis por endividamento. Estudam-se aqui os imóveis retomados pela Caixa Econômica Federal (CEF) nos distritos de Campo Limpo e Vila Andrade, em São Paulo, caracterizados respectivamente por população de baixa e alta renda. O levantamento de dados dos lançamentos imobiliários da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) explicitou o redirecionamento dos recursos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) para as maiores rendas, fato que excluiu a baixa renda do acesso à moradia. Por meio de dados da CEF acerca dos bens não de uso (imóveis retomados e em estoque), compara-se o impacto da retomada entre populações de perfis socioeconômicos diferentes. A partir dos dados de Campo Limpo e Vila Andrade, constatou-se que as rendas mais baixas sofrem mais impacto das retomadas.

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Biografia do Autor

  • Gabrielle Ribeiro Brito Lima, Universidade de São Paulo

    Mestranda em Geografia Humana no Programa de Pós Graduação em Geografia Humana, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

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Publicado

2022-12-13

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

LIMA, Gabrielle Ribeiro Brito. Mudança do perfil atendido pelas políticas públicas habitacionais e aumento dos bens não de uso: endividamento, retomada de imóveis e mais impacto na população de baixa renda. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 26, n. 3, p. 97–120, 2022. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2022.197214. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/197214.. Acesso em: 25 abr. 2024.