«Assim é a vida, mas eu não concordo»: nodos e redes no processo criativo de Fernando Pessoa (apontamentos)

Autores/as

  • Jorge Uribe Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i36p167-183

Palabras clave:

arquivo, Pessoa, “Gládio”, “Alberto Caeiro”, Alberto da Cunha Dias.

Resumen

Fernando Pessoa publicou um único livro em português, em 1934, um ano antes da morte. Esse livro, porém, é produto de um processo de escrita que se estendeu durante mais de 20 anos, marcado por publicações parciais em revistas literárias. Para o reconhecimento abrangente desse processo criativo, convergem, ainda, dezenas de documentos que fazem parte do espólio do autor, cujos graus de filiação ao livro, enquanto produto definitivo, variam significativamente. Porque os “livros”, neste caso Mensagem, na sua pretendida autossuficiência material constituem unidades em oposição aos processos que os fizeram possíveis, sendo esses carateristicamente inconclusivos, porosos nas sua fronteiras e instáveis na sua identidade, a obra de Fernando Pessoa é mais adequadamente descrita em analogia com os segundos: uma obra-arquivo, work in progress, e não uma obra-coleção de livros, éditos ou inéditos. Nesse contexto, um poema de Mensagem, uma nota diarística de 1913, e a poética de “O Guardador de Rebanhos”, participam numa legibilidade implicativa da obra.

 

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Biografía del autor/a

  • Jorge Uribe, Universidade de São Paulo

    É licenciado pela Faculdade de Artes e Humanidades da Universidad de los Andes, Bogotá, e Doutor pelo Programa em Teoria da Literatura da Universidade de Lisboa com uma tese dedicada à biografia intelectual de Fernando Pessoa e aos conceitos de crítica estética e despersonalização dramática nas obras de Oscar Wilde, Walter Pater e Matthew Arnold. Conclui o pós-doutoramento na Universidade de São Paulo. É membro do projeto crítico e editorial “Estranhar Pessoa: um escrutínio das pretensões heteronímicas”. Foi bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Fundação Calouste Gulbenkian.

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Publicado

2018-12-21

Cómo citar

Uribe, J. (2018). «Assim é a vida, mas eu não concordo»: nodos e redes no processo criativo de Fernando Pessoa (apontamentos). Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 36, 167-183. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i36p167-183