Do estético ao ético: marginalidade na poesia de Hélio Oiticica

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.179882

Palavras-chave:

Hélio Oiticica, Marginalidade, Poesia, Ética

Resumo

Este artigo toma como objeto de estudo a marginalidade. O fio que conduz a análise é a abordagem que o artista brasileiro Hélio Oiticica dá ao universo daqueles sujeitos que estiveram à margem do sistema político-social, na década de 1960, no Brasil. A partir de uma revisão das obras visuais e textuais de Oiticica, pelas quais ele pôde apresentar sua experiência e vivência com esses sujeitos, procuraremos demonstrar como as questões estética e ética da marginalidade também aparecem em três de seus poemas inéditos, escritos em 1968. Ao ler, escrever e transcrever o mundo, os poemas pensam e interrogam o que nele está posto ­­– problemas, existências, relações –, o que possibilita o engendramento de uma resistência àquilo que pode atacar a nossa integridade moral. Procuraremos, assim, caracterizar a forma específica pela qual essa questão é tratada nesse tipo de produção. A ideia de um po-ética (SISCAR, 2010) ilumina justamente o material que estamos lidando: a linguagem. Fica claro, portanto, que a leitura dos poemas de Oiticica confirma o conhecimento de seu pensamento estético e ético, entendido inclusive em sua historicidade.

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Biografia do Autor

  • Annelise Estrella Galeazzi, Universidade Estadual de Campinas – Unicamp

    Doutoranda em Teoria e História Literária, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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Publicado

2021-07-31

Como Citar

Do estético ao ético: marginalidade na poesia de Hélio Oiticica. (2021). Opiniães, 18, 641-660. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.179882