A função da criação literária como tema em O cemitério dos vivos de Lima Barreto e Diário de Bitita de Carolina Maria de Jesus
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.180544Palavras-chave:
Representação, Criação Literária, Literatura Negro-Brasileira, Lima Barreto, Carolina Maria de JesusResumo
O artigo tem como objetivo investigar a presença da criação literária como tema nas obras O Cemitério dos Vivos (1919), de Lima Barreto, e Diário de Bitita (1986), de Carolina Maria de Jesus. Parte-se de maneira panorâmica das representações predominantes de personagens negras na historiografia literária brasileira como ausentes de subjetividade (NASCIMENTO, 2015) e das reflexões mobilizadas pelos autores a respeito da criação literária e o papel que exercem nas obras, que, para além de construir uma relação específica e legítima entre indivíduo e arte, se comportam como críticas à constituição da instituição literária e atuam como reivindicatórias desse espaço. Dessa maneira, buscamos compreender os cruzamentos existentes e entender os procedimentos estéticos de cada texto.
Downloads
Referências
ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.
BARRETO, Lima. Diário do hospício & O cemitério dos vivos. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
BERGAMINI, Atilio. Dar forma ao impublicável: Carolina Maria de Jesus e sua arte. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 59, pp. 1-13, 2020.
CANDIDO, Antonio. Poesia e ficção na autobiografia. In: CANDIDO, Antonio. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1987. pp. 51-71.
SILVA, Mario Augusto Medeiros da. A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil (1960-2000). Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2011.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
FRANÇA, Jean Marcel Carvalho. Imagens do Negro na Literatura Brasileira (1584-1890). São Paulo: Brasiliense, 1998.
JESUS, Carolina Maria de. Diário de Bitita. São Paulo: SESI-SP, 2014.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.
KURZ, Giovani T. Ler os manuscritos de Lima Barreto. Manuscrítica – Revista de Crítica Genética, n. 40, pp. 112-123, 2020.
LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet. Tradução de Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
MIRANDA, Fernanda Rodrigues de. Os caminhos literários de Carolina Maria de Jesus: experiência marginal e construção estética. 2013. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
MIRANDA, Fernanda Rodrigues de. Carolina Maria de Jesus: a morada da palavra. Grau Zero, v. 3, n. 1, p. 117-136, 2017.
MOREIRA, Daniel da Silva. Reconstruir-se em texto: práticas de arquivamento e resistência no Diário de Bitita, de Carolina Maria de Jesus. Revista Estação Literária, Londrina, v. 3, p. 64-73, 2009.
NASCIMENTO, Beatriz. Literatura e identidade. In: RATTS, Alex; GOMES, Bethania (Orgs). Todas (as) distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento. Salvador: Editora Ogum’s, 2015.
PRADO, Antonio Arnoni. Lima Barreto: O crítico e a crise. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
PROENÇA FILHO, Domício. A trajetória do negro na literatura brasileira. Estudos avançados, São Paulo, v. 18, n. 50, p. 161-193, 2004.
SCHWARZ, Roberto. As ideias fora do lugar. Estudos Cebrap, São Paulo, n. 3, 1973.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo, Companhia das Letras. 2003.
VELASCO, Tiago Monteiro. Escritas de si contemporâneas: uma discussão conceitual. In: ABRALIC – XIV Congresso Internacional–Fluxos e correntes: trânsitos e traduções literárias, 2015. Anais... Belém: Universidade Federal do Pará, pp. 1-12.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Raul Almeida dos Santos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista Opiniães não exerce cobrança pelas contribuições recebidas, garantindo o compartilhamento universal de suas publicações. Os autores mantêm os direitos autorais sobre os textos originais e inéditos que disponibilizarem e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.