A obscena voz pensante
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.181385Palavras-chave:
Hilda Hilst, Literatura pensante, Obsceno, Tagarelice, RuminânciaResumo
Este estudo analisa A obscena senhora D (1982), de Hilda Hilst, a partir da categorização “literatura pensante”, de Evando Nascimento (2015). Para o pesquisador, a proposição analítica delineia a particularidade da escrita literária ao engendrar acepções e percepções do pensar independentes da filosofia. Ademais, busca-se analisar efeitos e sentidos do “obsceno” de maneira comparativa aos exercícios de pensamento acionados pela voz da protagonista Hillé. Como desdobramento dessa proposição, busca-se reconfigurar o adjetivo “pensante” via orquestração de vozes que alternam e combinam tagarelice e ruminância. Por fim, consideram-se paratextos editoriais e bastidores autobiográficos ancorados no processo criativo da narrativa.
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