O modernismo na historiografia literária brasileira
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2022.204456Palavras-chave:
Modernismo, Historiografia, Século XXResumo
O artigo desenvolve o conceito de moderno a partir da etimologia da palavra e passa a discorrer sobre seu uso, culminando na acepção valorativa do termo em relação ao seu oposto, o antigo. Em seguida disserta sobre a adoção do termo para se referir às estéticas no período subsequente à Primeira Guerra (1914-1918) e sobre seus modos de produção na lírica, na prosa e nas artes dramáticas. Entende, ademais, que o modernismo desafia a capacidade de seu interlocutor, o público, por meio de recursos que problematizam o diálogo direto entre agentes e receptores das artes modernas. Para tanto, faz um levantamento da origem da palavra moderno e suas variações (modernismo, modernista) nas letras nacionais, em textos escritos por nomes como, entre outros, José Veríssimo (1857-1916), Ronald de Carvalho (1893-1935) e Nélson Werneck Sodré (1911-1999). Por fim, defende que mesmo uma definição unívoca para moderno, nesses textos iniciais, encontra visões díspares e acepções as mais variadas. Após comentar sobre o uso inicial e o conceito do moderno nas artes brasileiras, o artigo apresenta, no mais, leituras sobre as várias vertentes modernistas e as possibilidades de um marco que estabeleça o fim do modernismo em estudos recentes da historiografia literária brasileira.
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