O uso da proteção do desenho industrial como forma de apropriação dos grafismos indígenas Wajãpi

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14201/reb2021816123136

Palavras-chave:

Grafismo, Wajãpi, desenho industrial, saber tradicional

Resumo

A pintura corporal Wajãpi foi reconhecida como patrimônio imaterial do Brasil. Esse reconhecimento visa, de certa forma, a proteção desse saber tradicional. Todavia, há limitações para que essa consagração como patrimônio imaterial garanta uma eficaz forma de evitar expropriações dos grafismos. Destarte, há debates sobre o uso dos direitos de propriedade intelectual como forma de proteção dos saberes tradicionais. Nesta linha, este artigo tem por objetivo discutir o uso do desenho industrial, um dos direitos de propriedade industrial, como forma de proteção aos grafismos dos Wajãpi. A metodologia aplicada baseia-se no método dedutivo, por meio da avaliação da literatura pertinente ao objeto proposto. Conclui-se ser o direito de desenho industrial inaplicável para a proteção da pintura Wajãpi.

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Biografia do Autor

  • Patricia Pereira Peralta, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutora em Artes Visuais pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Brasil).

  • Juliane Pereira Ranzemberger Gomes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Mestre em Propriedade Intelectual e Inovação pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Brasil).

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Publicado

2021-08-24

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

O uso da proteção do desenho industrial como forma de apropriação dos grafismos indígenas Wajãpi. (2021). Revista De Estudios Brasileños, 8(16), 123-136. https://doi.org/10.14201/reb2021816123136