As reflexões sobre a reforma administrativa ultramarina em Portugal (1950-1967)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2023.199871

Palavras-chave:

Portugal, Estado Novo, Ultramar, Administração Pública, Reforma administrativa

Resumo

Este artigo examina as reflexões sobre as possibilidades de aplicação no Ultramar dos princípios de reforma da Administração Pública estudados na Metrópole. A análise se inicia na década de 1950, abordando as lógicas de planificação económica e termina em 1967, ano em que é criado o Secretariado da Reforma Administrativa, o primeiro órgão central coordenador da reforma. Tratando-se de um estudo inovador de uma temática ainda pouco abordada pela historiografia, a investigação recorreu a uma vasta lista de fontes arquivísticas. Estas são oriundas, sobretudo, dos Ministérios das Finanças e Ambiente, que guardam, respetivamente, a documentação produzida pelos órgãos de estudo da reforma administrativa e o arquivo do planeamento económico. Recorre, também, a uma variedade de fontes impressas publicadas pelos organismos em análise.

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Biografia do Autor

  • Ana Carina Azevedo, Universidade de Coimbra

    Doutora em História pela Universidade Nova de Lisboa. Bolseira de Pós-Doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e investigadora integrada do História, Territórios e Comunidades, pólo na NOVA FCSH do Centro de Ecologia Funcional – Ciência para as Pessoas e o Planeta – da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Portugal.

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Publicado

2023-12-01

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Como Citar

AZEVEDO, Ana Carina. As reflexões sobre a reforma administrativa ultramarina em Portugal (1950-1967). Revista de História, São Paulo, n. 182, p. 1–28, 2023. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2023.199871. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/199871.. Acesso em: 26 abr. 2024.

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