Expressões decoloniais e representações musicais periféricas nos filmes Branco Sai, Preto Fica e Mato Seco em Chamas
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v23i2.218011Palavras-chave:
Cinema decolonial, Canção popular no cinema, Música periféricaResumo
Este artigo apresenta uma análise de canções presentes em dois filmes dirigidos por Adirley Queirós, “Branco Sai, Preto Fica” (2014) e “Mato Seco em Chamas” (2019, codirigido por Joana Pimenta). Em relação ao primeiro filme, examinamos o grupo de canções selecionadas pelos personagens para construir uma bomba sonora que será lançada contra a cidade de Brasília. No segundo filme, observamos como os tipos de canto e canções contribuem para elucidar os pensamentos e motivações das personagens femininas. Por meio da perspectiva teórica decolonial e de conceitos sobre a motivação da presença da música no cinema, nosso objetivo é compreender os modos como a canção atua como dispositivo de mobilização da subversão política e representação da escuta das populações em condições de subalternidade social.
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