Quem Pode Dizer o Que É Patrimônio: análise do discurso crítica do concurso “Placas da Memória Paulistana”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v11p63-80

Palavras-chave:

Patrimônio Cultural, Políticas Públicas, Memória Social, Análise Crítica do Discurso, Placas da Memória Paulistana

Resumo

O concurso “Placas da Memória Paulistana”, realizado pelo Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, figura como a mais recente estratégia da política municipal de patrimônio cultural para integrar a sociedade civil nas ações de salvaguarda e valorização da memória da cidade e dos seus cidadãos. Tendo como objeto central o edital do referido concurso público, investiga-se a possibilidade de democratização da prática social de patrimonialização a partir da metodologia da análise do discurso crítica, buscando integrar a (1) análise do objeto textual, (2) suas condições de produção e (3) o discurso hegemônico sobre patrimônio cultural no Brasil. Mesmo com o interesse expresso na abertura ao diálogo e à inclusão de lacunas mnemônicas, a análise mostra certas continuidades em relação à tradição excludente das políticas públicas de patrimonialização, evidenciando aspectos nos quais os órgãos públicos ainda precisam avançar no sentido da democratização desse campo.

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Biografia do Autor

  • Pedro Vianna Godinho Peria, Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas

    Graduando em Letras (Linguística e Português) pela Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; bacharel em Administração Pública e mestrando em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, SP, Brasil.

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Publicado

2021-08-21

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Como Citar

Quem Pode Dizer o Que É Patrimônio: análise do discurso crítica do concurso “Placas da Memória Paulistana”: . (2021). Revista Gestão & Políticas Públicas, 11(1), 63-80. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v11p63-80

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