Gastos Federais com Acesso e Repartição de Benefícios da Biodiversidade no Brasil (2001-2020)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v11p1-23

Palavras-chave:

Gasto orçamentário, Sociobiodiversidade, Protocolo de Nagoya, Gestão Pública Ambiental, Políticas ambientais

Resumo

A agenda brasileira de Acesso e Repartição de Benefícios do uso do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados (agenda ABS) caracteriza-se como uma política pública de integração entre a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento e a inclusão da sociedade. O presente artigo teve como objetivo analisar os gastos orçamentários de 20 anos de sua implementação no país (2001 a 2020). A análise foi realizada a partir da consulta aos documentos oficiais de orçamento, de planejamento e de relato da gestão, e complementada com a contribuição de atores-chave. Os resultados revelam que o país investiu R$ 2,3 milhões ao ano para a agenda ABS e que foram repartidos benefícios monetários e não monetários da ordem de quase R$ 24 milhões, isto é, mais de 51% dos gastos orçamentários executados pelo Ministério do Meio Ambiente. O estudo contribui com a análise do Componente 5 da Política Nacional de Biodiversidade e provoca a reflexão sobre a importância da elaboração da avaliação de impacto da agenda ABS no país.

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Biografia do Autor

  • Heloisa de Camargo Tozato, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

    Pesquisadora associada da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do IPEA, bolsista sênior do Programa de Mobilização da Competência Nacional para Estudos sobre o Desenvolvimento. Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais - Sub Rede Políticas Públicas. Pós-doutoranda no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, São Paulo Brasil, SP, Brasil.

  • Henry Novion, Ministério do Meio Ambiente

    Analista Ambiental licenciado do Ministério do Meio Ambiente. Ex - Diretor de Patrimônio Genético (DPG/SBio/MMA) e Ex Presidente do Comitê Gestor do Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios (CG- FNRB/DPG/SBIO/MMA). Registra-se que as atividades de cunho científico fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais, não havendo finalidade estranha ao interesse público. Assim, esclarece-se que os relatos aqui apresentados respeitam as normas da Portaria MMA nº 416, de 26 de outubro de 2017.

  • Júlio Roma, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

    Técnico de Planejamento e Pesquisa e Coordenador de Estudos em Sustentabilidade Ambiental da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, Brasília, DF, Brasil.

  • Gustavo Luedemann, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

    Técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas e da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais - Rede Clima - Sub Rede Políticas Públicas, Brasília, DF, Brasil.

  • Luísa Coelho, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

    Bolsista do Programa de Mobilização da Competência Nacional para Estudos sobre o Desenvolvimento, Pesquisadora associada da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas e da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais - Rede Clima - Sub Rede Políticas Públicas, Brasília, DF, Brasil.

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2021-08-21

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Artigos

Como Citar

Gastos Federais com Acesso e Repartição de Benefícios da Biodiversidade no Brasil (2001-2020). (2021). Revista Gestão & Políticas Públicas, 11(1), 1-23. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v11p1-23