De seguidores de tendências à disrupção – uma lição (mal aprendida) que a ciência tem nos trazido há pelo menos um século
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2021.184770Palavras-chave:
Pandemia, Inovação, Educação, Ensino Superior, Ciência, Covid-19Resumo
A atualização é um passo que a pandemia por Covid-19, com seus desafios de isolamento social, ajudou a catalisar na prática docente. Mas ainda lidamos com resistências cognitivas ao processo de Ensino e Aprendizagem mediado por tecnologias da informação e comunicação (TICs), como se a tecnologia consistisse em uma ameaça e se propusesse a substituir os fundamentos de uma Educação genuína.
Porém, para que a Educação supere sua longa adolescência problemática com a exponencialidade dos avanços tecnológicos, é necessário que os seus operadores atuem de maneira proativa, passando da condição de meros seguidores de tendências a propositores de soluções, demandando, inclusive, as necessárias atualizações tecnológicas quando pertinentes (equalização ou inversão do ritmo de avanço entre as duas áreas).
Este salto desejado/esperado apenas será desencadeado quando o foco de transformação das técnicas e métodos passar da perspectiva extrínseca para a intrínseca, em direção a um modelo mental aberto e flexível, de bases referenciais sistêmicas e uma subjetividade não-linear. Em outras palavras, a devida virtualização (no sentido que Pierre Lévy elucida) da Educação só se efetivará quando o corpo docente estiver capacitado a realizar processos cognitivos estruturados na noção de complexidade.
Pandemias ou outros eventos e adventos não nos pegariam desprevenidos se fôssemos e nos mantivéssemos motivados ao novo. Viveremos e trabalharemos seguros na insegurança quando, enfim, virtualizarmos a nossa consciência.
Buscar resolver esse problema fundamental e definitivo da Educação – até enquanto precursora de fato da transformação social e antropológica – deve ser o desafio empreendido pelas grandes Universidades, legítimos campos de pioneirismo embrionário das práticas e conhecimentos. As Universidades precisam transformar-se em ambiente propício à cultura de reinvenção e inovação permanente – principal e prioritariamente, do seu core business, a Educação Superior emancipatória –, independentemente dos meios e métodos disponíveis na temporalidade.
Uma mudança importante de perspectiva está emergindo a fórceps, e esperamos que titubeios ou princípios de resistência possam ser neutralizados com a ajuda dos argumentos aqui apresentados.
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