“O falso Deus adora o verdadeiro": Pepetela e Camões em diálogo
DOI:
https://doi.org/10.11606/va.i42.192409Palavras-chave:
Luís de Camões, Os lusíadas, Pepetela, Grandes pássaros de asas abertasResumo
O presente artigo analisa o conto “Grandes pássaros de asas abertas”, do angolano Pepetela, à luz da literatura comparada, uma vez que tal narrativa evoca o Canto V de Os lusíadas, de Camões, especialmente os feitos que antecedem e são desenvolvidos no famoso episódio do Gigante Adamastor. Munidos de um referencial teórico eclético, buscaremos evidenciar quais os pontos paródicos do conto, para que os pontos de crítica política fiquem evidentes. Nesse sentido, destacam-se o modo como a narrativa de Pepetela acompanha a dinâmica fabulativa do episódio camoniano em todos os seus momentos: a chegada dos portugueses, a tentativa de escambo, o embróglio com Veloso, o Gigante Adamastor e a disputa dos deuses. Desse modo, o próprio tratamento do maravilhoso, em ambas as obras, requer esclarecimentos. Almejamos oferecer uma abertura maior para a compreensão do conto, que se atualiza constantemente no conhecimento do canto da epopeia e também dos movimentos históricos e políticos.
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