Por uma semiótica dirigida pela metodologia
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2019.160198Palavras-chave:
Interdisciplinaridade, Estruturação da forma, Variações substanciais, Singularidade, Regimes metodológicosResumo
Uma das dificuldades constantes da semiótica é a distância que se instalou entre as especulações teóricas e as reflexões epistemológicas, de um lado, e os métodos e resultados da descrição e da interpretação dos dados, de outro. Neste trabalho, tentando solucionar o problema, propomos inverter a ordem habitual das prioridades e considerar que a semiótica deve ser conduzida pela metodologia e não diretamente pela epistemologia. Acrescentamos dois critérios a esse pressuposto de base: (i) a capacidade que tem o método para dar conta da singularidade dos objetos analisados e (ii) a articulação desse método com o das disciplinas vizinhas que se ocupam dos mesmos objetos. Nossa proposta será articulada em duas etapas, portanto: (1) um exame detalhado, no âmbito da teoria da linguagem, das condições sob as quais é possível, ao mesmo tempo que a estruturação da forma, levar em consideração as variações substanciais e (2) uma reflexão, fundada nos resultados do primeiro ponto, a respeito do tratamento das singularidades práticas na interface entre a semiótica e a etno-antropologia. O conjunto desta proposta é uma contribuição em favor da diversificação controlada dos regimes metodológicos da semiótica.
Downloads
Referências
FLOCH, Jean-Marie. Sémiotique, marketing et communication: sous les signes les stratégies. Paris: PUF, 1990.
FONTANILLE, Jacques. Textes, objets, situations et formes de vie: Les niveauxde pertinence du plan de l’expression dans une sémiotique des cultures. In: BERTRAND, Denis; COSTANTINI, Michel (orgs.). Transversalité du sens. Paris: PUF, 2005.
FONTANILLE, Jacques.Pratiques sémiotiques. Paris: PUF, 2008.
FONTANILLE, Jacques; COUÉGNAS, Nicolas. Terres de sens: Essai d’anthroposé-miotique. Collection Semiotica viva. Limoges: Pulim, 2018.GEERTZ, Clifford. La description dense. La description 1, Enquête, anthropologie, histoire, sociologie 6. 1998. Disponível em: <https://enquete.revues.org/1353>.
GENINASCA, Jacques.La parole littéraire. Paris: PUF, 1997.GREIMAS, Algirdas Julien. Semântica estrutural. Pesquisa de método. São Paulo: Cultrix, 1973 [1966].
HJELMSLEV, Louis. A estratificação da linguagem. In: CIVITA, Victor (ed.). Os Pensadores. Coleção Abril Cultural. São Paulo: Editora Abril, 1978 [1954], p.149-177.
HJELMSLEV, Louis. Sur les rapports entre la phonétique et la linguistique. In: HJELMSLEV, Louis. Nouveaux essais. Paris: PUF, 1973a [1938].
HJELMSLEV, Louis. Essais linguistiques II. Copenhague: Nordisk Sprogog Kultur-forlag, 1973b.
KUMMER, Hans. Vie des singes. Paris: Odile Jacob, 1993.LANDOWSKI, Eric. Condições semióticas da interação. In: LANDOWSKI, Eric. A sociedade refletida: ensaios de sociossemiótica. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo/Campinas: Educ/Pontes, 1992.
MARTHELOT, Perrine. Karl Bühler, du contexte à la situation: La signification. Paris: Armand Colin, 2012.
PIETTE, Albert. Mode mineur de la réalité et réflexivité diffuse: Contribution à une anthropologie de la critique. Social Science Information/Information en sciencessociales.1992, n. 31, v. 3, p. 551-561.
PIETTE, Albert. Anthropologie existentiale. Collection Anthropologiques. Paris: éditions Petra, 2009.
SANSOT, Pierre. Les formes sensibles de la vie sociale. Paris: PUF, 1986.SAUSSURE, Ferdinand de. O valor linguístico. In: SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 2012, p. 158-167.
TOUTAIN, Anne-Gaëlle. Entre interprétation et réélaboration: Hjelmslev lecteurdu Cours de linguistique générale. Les dossiers de HEL 3. Paris: SHESL, 2013. Disponível em: <http://htl.linguist.univ-paris-diderot.fr/num3/toutai.pdf>.WAAL, Frans de.De la réconciliation chez les primates. Paris: Flammarion, 1992.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Jacques Fontanille, Didier Tsala-Effa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os trabalhos publicados na revista Estudos Semióticos estão disponíveis sob Licença Creative Commons CC BY-NC-SA 4.0, a qual permite compartilhamento dos conteúdos publicados, desde que difundidos sem alteração ou adaptação e sem fins comerciais.