A temporalidade do desespero em Les Contemplations de Victor Hugo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2014.83509Palavras-chave:
aspectualidade, desespero, paixão, tempo, Victor HugoResumo
O discurso eminentemente temporal do livro de poemas As Contemplações, de Victor Hugo (1856), fornece a matéria de nossos comentários, centrados na representação aí exposta da paixão do desespero. Pelo critério do tempo, observaremos a primazia de diversos valores do passado, a contrastar com o presente e o futuro que se projeta; com efeito, a memória dos momentos passados, sejam estes felizes ou tristes, assalta o sujeito desesperado, fazendo-o avaliar a miséria do presente. Falaremos também dos regimes temporais da existência e da experiência, perante as instâncias da enunciação e, por conseguinte, a maior ou menor força dos acontecimentos vivenciados. Em seguida, a aspectualidade constituirá um critério descritivo para os julgamentos de excesso ou de insuficiência emitidos pelo locutor a respeito das durações eufóricas ou disfóricas, uma vez que a sensação de "justa medida"escapa a seu universo afetivo. Por fim, pensaremos no andamento dos conteúdos reportados e nas covariações das oscilações de velocidade com a embreagem e a debreagem dos actantes do enunciado. Propomos, com base em tais parâmetros, e sobre o pano de fundo global da teoria semiótica da temporalidade, a caracterização dessa forma particular de desespero que o poeta francês retrata em seu conhecido livro.
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