A produção da cidade olímpica e os sinais da crise de um modelo globalitário
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2016.107148Palavras-chave:
cidade olímpica – legado – globaritarismo – Rio de Janeiro – transição globalResumo
Nas últimas três ou quatro décadas, o urbanismo olímpico se converteu em caros projetos de grande vulto, com impactos de alta visibilidade sobre questões sociais e ambientais em cada cidade-sede. No entanto, nos últimos cinco anos mostram uma crescente consciência global contra o alto investimento público nesses eventos, a violência dos despejos em massa de pobres sob interesses de gentrificação e a produção dos chamados “elefantes brancos”. O sistema olímpico tem percebido a crise e decidiu alterar suas regras "globalitárias", através da Agenda 2020. O nosso objetivo é examinar este novo cenário de transição global e verificar como Rio de Janeiro 2016 pode ser a última edição deste urbanismo olímpico contestado.
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