Contracultura sônica: quando a geração beat cantou hare krishna para espantar o espírito WASP

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2022.183395

Palavras-chave:

Contracultura, Norte-América, Hare Krishna, Gurus, Mantras

Resumo

Analisamos a sociedade norte-americana dos anos 1950-70 como influenciada e reverberada por uma indomania acentuada e insofismável. Junto a tal indomania, agregaram-se religiões, intelectuais, movimentos alternativos e gurus – destacando-se Swami Prabhupada, o fundador e propagador do movimento Hare Krishna – que eram vistos como refúgios aos olhos de jovens inquietos (estudantes de Columbia, Berkeley, Stanford e San Francisco) que promoveram a geração beat. Tais jovens, rejeitavam maneiras protestantes de agir e ver o mundo, bem como todo um sistema capitalista voraz que crescia ao seu redor, buscando meios e reveses místicos (exógenos ou nativos) e orientais contra as burguesas e lobotomizadas conformidades sociais e vigentes na América. Por fim, descobrem que a sonoridade dos mantras e toda vibração que ela poderia proporcionar ressoava perfeitamente todo encantamento que precisavam.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Arilson Paganus, Universidade Federal de Campina Grande

    ARILSON PAGANUS realizou pós-doutorado em Sociologia da Religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), Doutor em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Mestre em Sociologia (USP) e Bacharel e Licenciado em História (USP). Atualmente é Prof. Associado do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal da Campina Grande (UFCG), membro da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR), da Associação Nacional de História (ANPUH) e pesquisador do Laboratório de Estudos da Ásia (LEA - USP). Tem experiência na área de Teoria Sociológica Clássica, Sociologia da Religião e Indologia. Autor de “Max Weber e a Índia” e “Litanias de um Profano” (livro de poesia). E-mail: arilsonpaganus@yahoo.com.br

Referências

Abhedananda, S. 1989. Thoughts on sankhya, Buddhism, and Vedanta. Calcutta: Ramakrishna Vedanta Math.

Adorno, Theodor e Max Horkheimer. 1985. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar.

Aïnouche, Linda. 2015. Interview with Linda Aïnouche. India Empire, agosto. Disponível em: https://www.indiaempire.com/article/614/practices_of_indian_sadhus_are_seen_in_the_rasta_way_of_life (Acessado em 22 de julho de 2019).

Anthony, Gene. 1995. The Summer of love: Haight-Ashbury at its highest. Montrouge: John Libbey Eurotext.

Bromley, David e Larry Shinn. 1989. Krishna consciousness in the West. Lewisburg: Bucknell University Press.

Brooks, Charles R. 1992. The hare krishnas in India. Delhi: Motilal Banarsidass Publishers.

Campbell, Colin. 1997. A Orientalização do Ocidente: reflexões sobre uma nova teodicéia para um novo milênio. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1: 5-21.

Carmo, Paulo Sérgio do. 2000. Culturas da rebeldia: a juventude em questão. São Paulo: SENAC.

Carvalho, Cesar. 2000. Contracultura, drogas e mídia. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2002/Congresso2002_Anais/2002_NP13CARVALHO.pdf (acessado em 22/07/2020).

Chryssides, George e Margaret Wilkins. 2006. A Reader in new religious movements. London, New York: Continuum International Publishing Group.

Dabić, Snežana. 2016. WB Yeats and Indian thought: a man engaged in that endless research into life, death, God. Newcastle: Cambridge Scholars Publishing.

Daner, Francine. 1975. Conversion to Krishna consciousness. The transformation hippie to religious ascetic. In Sectarism. Analyses of religious and non-religious sects, ed. Roy Wallis, 53-69. London: Peter Owen Ltda.

Dumont, Louis. 1993. O Individualismo: uma perspectiva antropológica da ideologia moderna. Rio de Janeiro: Rocco.

Durand, Gilbert. 2002. As Estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: Martins Fontes.

Eliade, Mircea. 1979. Ocultismo, bruxaria e correntes culturais. Belo Horizonte: Interlivros.

Eliade, Mircea. 1998. Tratado de história das religiões. São Paulo: Martins Fontes.

Erlmann, Veit. 1998. How beautiful is small? Music, globalization and the aesthetics of the local. Yearbook for Traditional Music, 30: 12-21

Fromm, Erich. 1986. Do Amor à vida. Rio de Janeiro: Zahar.

Ginsberg, Allen. 1966. Allen Ginsberg , the art of poetry. The Paris Review, edição 37, n.8, primavera. Disponível em: ttps://www.theparisreview.org/interviews/4389/the-art-of-poetry-no-8-allen-ginsberg (acessado em 30 de junho de 2020).

Ginsberg, Allen. 1976. To Eberhart from Ginsberg. Lincoln, MA: Penman.

Ginsberg, Allen. 2002. Travels with Ginsberg: a postcard book. San Francisco: City Lights.

Goldenberg, Ricardo. 1997. Demanda de Utopias. In: Utopia e mal-estar na cultura, ed. Alfredo Naffah Neto (et. al.), 91-97. São Paulo: Hucitec.

Goswami, Mukunda. 2011. Miracle on second avenue. Badger, CA: Torchlight Publishing.

Guerriero, Silas. 1989. O Movimento hare krishna no Brasil: a comunidade religiosa de Nova Gokula. Dissertação de Mestrado em Antropologia, São Paulo: PUC-SP.

Guerriero, Silas. 2009. Caminhos e descaminhos da contracultura no Brasil: o caso do movimento hare krishna”. Revista Nures, n. 12, Maio/Agosto. Disponível em: http://www.pucsp.br/revistanures (acessado em 15 de outubro de 2020).

Hann, Corinna. 2008. Get back to where you once belonged: the Beatles, post-colonialism, and religion. Dissertação de Mestrado. The College of William and Mary, Williamsburg.

Harris, Marvin. 2001. Cultural materialism: the struggle for a science of culture. California: Rowman Altamira.

Hobsbawm, Eric J. 1995. Era dos extremos. O breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras.

Hoffman, Abbie. 1998. America has more television sets than Toilets. In Radical street performance: an international anthology, ed. Cohen Cruz, 190-195. New York: Routledge.

Johnson, M. e W. A. Richards (et. al.). 2008. Human hallucinogen research: guidelines for safety. Journal of Psychopharmacology, vol. 22, agosto, n. 6: 603-620.

Judah, J. S. 1974. Hare Krishna and the counterculture. New York: John Willey & Sons.

Kehoe, Andre. 1991. Christian contradictions and the world revolution: letters to my son. Dublin: Glendale Publishing.

Ketola, Kimmo. The hare krishna and the counterculture in the light of the theory of divergent modes of religiosity. Method & Theory in the Study of Religion, vol.16, n.3: 301-320, Leiden: Brill Publisher.

Lane, Véronique. 2017. The French genealogy of the beat generation: Burroughs, Ginsberg and Kerouac's appropriations of modern literature, from Rimbaud to Michaux. New York: Bloomsbury.

Leary, Timothy. 1989. Flashbacks. LSD: a experiência que abalou o sistema. São Paulo: Brasiliense.

Leary, Timothy. 1990. The psychedelic experience: a manual based on the Tibetan book of the dead. New York: Citadel Press.

Leary, Timothy. 2007. Introdução. In A contracultura através dos tempos, ed. Ken Goffman e Dan Joy, Rio de Janeiro: Ediouro.

Lee, Martin e Bruce Shlain. 1992. Acid dreams: the complete social history of LSD: the CIA, the sixties, and beyond. New York: Grove Press.

Maffesoli, Michel. 2007. Tribalismo pós-moderno: da identidade às identificações. Ciências Sociais Unisinos, janeiro/abril, 43(1): 97-102.

Magrini, Tullia. 2000. From music makers to virtual singers: new musics and puzzled scholars. In Musicology and sister disciplines: past, present, and future. Proceedings of the 16th international congress of the international musicological Society, ed. David Greer, 320-330, London: Oxford University Press.

Marcuse, Herbert. 1987. Eros and Civilization. London: Routledge.

Monier-Williams, Monier. 2002. A Sanskrit-English dictionary. Delhi: Motilal Banarsidass.

Muster, Nori Jean. 1997. Betrayal of the spirit: my life behind the headlines of the Hare Krishna movement. Illinois: University of Illinois Press.

Oppenheimer, Mark. 2003. Knocking on heaven's door. American religion in the age of the counterculture. New Haven: Yale University Press.

People (revista). 1994. Precious stone one man’s traffic barrier is another’s sacred relic – just ask San Francisco guru Baba Kali Das. Vol. 42, n. 23, 5 de dezembro.

Pereira, C. A. Messeder. 1986. O que é contracultura. São Paulo: Brasiliense.

Dale, Riepe. 1970. The philosophy of India and its impact on American thought. Springfield, Illinois: Charles C. Thomas.

Ritzer, George. 2009. The mcdonaldization of society. Los Angeles: Pine Forge Press.

Roszak, Theodore. 1984. El nacimiento de una contracultura. Reflexiones sobre la sociedad tecnocrática y su oposición juvenil. Barcelona: Editorial Kairós.

Schumacher, Michael. 2016. Dharma lion: a biography of Allen Ginsberg. Minneapolis: University Minnesota Press.

Semprini, Andrea. 1999. Multiculturalismo. São Paulo: EDUSC.

Shea, S. J. 1973. Reason and the religion of the counterculture. Harvard Theological Review, vol. 66/1: 95-111.

Slobin, Mark. 1992. Micromusics of the West: a comparative approach. Ethnomusicology, 36/1: 1-87. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/852085 (acessado em 10 de setembro de 2021).

Smith, Huston. 1997. As religiões do mundo: nossas grandes tradições de sabedoria. São Paulo: Cultrix.

Sri, P.S. 1995. Yeats and Mohini Chatterjee. In: Yeats Annuals, ed. W. Gould Yeats, Annual n. 11: 61-76. London: Palgrave Macmillan. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-1-349-23757-9_4 (acessado em 28 de novembro de 2017).

Szatmary, David P. 1996. Rockin’ in time: a social history of rock-and-roll. New Jersey: Prentice Hall.

Thompson, Chris. 2011. Felt: fluxus, Joseph Beuys, and the Dalai Lama. Minnesota: University of Minnesota Press.

Turino, Thomas. 2008. Music as social life. Chicago: The University of Chicago Press.

Turner, Victor W. 1974. O processo ritual. Petrópolis: Ed. Vozes.

Urban, Hugh. 2015. New age, neopagan, and new religious movements: alternative spirituality in contemporary America. Calfornia: University of California Press.

Wagnleitner, Reinhold. 1994. Coca-colonization and the cold war. Chapel Hill: University of North Carolina Press.

Weber, Max. 1979. Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar.

Weber, Max. 2004. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras.

Wills, David. 2007. Buddhism and the beats. Beatdom, v. I: 9-13. Disponível em: https://www.beatdom.com/buddhism-and-the-beats/ (acessado em 02 de novembro de 2019).

Wrenn, Charles Leslie. 1920. W. B. Yeats: a literary study. London: Murby.

Vaz, Henrique. 1993. Escritos de filosofia II. São Paulo: Loyola.

Publicado

2022-08-30

Edição

Seção

Dossiê Religiões (Artigos)

Como Citar

“Contracultura sônica: Quando a geração Beat Cantou Hare Krishna Para Espantar O espírito WASP”. 2022. GIS - Gesto, Imagem E Som - Revista De Antropologia 7 (1): e183395. https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2022.183395.