O corpo do poema, fendas na poesia de Alda Merini

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i45p64-75

Palavras-chave:

Alda Merini, Literatura italiana, Poesia italiana do século XX, Manicômio

Resumo

A poética de Alda Merini (1931-2009) é marcada pela íntima relação que estabelece com o vivido, podendo ser encarada até mesmo como uma escrita autobiográfica, uma escrita de si (FOUCAULT, 2004). O poeta e crítico literário Giovanni Raboni sugere (2005) que a trajetória poética de Merini se divide em dois momentos, marcados por um evento biográfico: o internamento manicomial, que durou de 1965 a 1979. Nesse sentido, se delineia uma poética pré- e outra pós-manicomial. No presente artigo, a partir da leitura da fortuna crítica da autora e de seus poemas de antes e depois do manicômio, buscamos investigar essa divisão por meio da leitura de alguns poemas selecionados da primeira edição de La Terra Santa (1984), considerada a obra mais importante desse período (CORTI, 1998). A partir disso, propomos um percurso em que a análise de elementos estéticos e poéticos enfatiza e privilegia o deslocamento do verso na página.

Biografia do Autor

  • Agnes Ghisi, Universidade Federal de Santa Catarina

    Mestranda em literatura no Programa de Pós-Graduação em Literatura (PPGLIT) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Membra do Núcleo de Estudos Contemporâneos em Literatura Italiana Traduzida (NECLIT) e do Núcleo de Estudos em Língua Italiana no Contexto Brasileiro (NELIB). Pesquisa a poética de Alda Merini. Atua também como professora de língua italiana.

     

     

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Publicado

2023-11-11

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Ghisi, A., & Peterle, P. . (2023). O corpo do poema, fendas na poesia de Alda Merini. Revista De Italianística, 45, 64-75. https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i45p64-75