Logos e phoné em Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.180116

Palavras-chave:

Angélica Freitas, Literatura brasileira contemporânea, Poesia brasileira contemporânea, Crítica literária feminista

Resumo

Angélica Freitas, poeta brasileira, possui uma obra poética repetidamente marcada pela questão da condição feminina. Ao observar Um útero é do tamanho de um punho (2012), constata-se um paralelo entre a figura feminina e os animais, na medida em que algumas das mencionadas mulheres apresentam elementos animalescos. A partir dessa observação e dos conceitos aristotélicos de logos e phoné, é possível perceber como se articula uma grande oposição dentro da obra: entre o que pode ser considerado racional, superior, representado por uma voz masculina, paradoxalmente tautológica, e o que é considerado inferior ou irracional, representado pelo elemento feminino, referido como mulher que ladra, é suja e que tem patas.

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Biografia do Autor

  • Luana dos Santos Claro, Universidade de São Paulo - USP

    Graduada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e poeta. Autora de Diadorim (2017) e de Construção (2020). 

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Publicado

2021-07-31

Como Citar

Logos e phoné em Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas. (2021). Opiniães, 18, 410-429. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.180116