Logos e phoné em Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.180116Palavras-chave:
Angélica Freitas, Literatura brasileira contemporânea, Poesia brasileira contemporânea, Crítica literária feministaResumo
Angélica Freitas, poeta brasileira, possui uma obra poética repetidamente marcada pela questão da condição feminina. Ao observar Um útero é do tamanho de um punho (2012), constata-se um paralelo entre a figura feminina e os animais, na medida em que algumas das mencionadas mulheres apresentam elementos animalescos. A partir dessa observação e dos conceitos aristotélicos de logos e phoné, é possível perceber como se articula uma grande oposição dentro da obra: entre o que pode ser considerado racional, superior, representado por uma voz masculina, paradoxalmente tautológica, e o que é considerado inferior ou irracional, representado pelo elemento feminino, referido como mulher que ladra, é suja e que tem patas.
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