Aventura e indeterminação urbana em contos de Machado de Assis

Autores

  • Davidson de Oliveira Rodrigues Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2016.124624

Palavras-chave:

cultura urbana, cidade e literatura, cidade-capital, Rio de Janeiro, escravidão, Machado de Assis.

Resumo

Este artigo pretende fazer uma análise das alusões à vida urbana na cidade do Rio de Janeiro, verificando como as menções à vida moderna aparecem na literatura de Machado de Assis, a partir de dois contos selecionados, “A cartomante” e “Pai contra mãe”, componentes, respectivamente, das coletâneas Várias histórias (1896) e Relíquias de casa velha (1906). Outros contos, como “O diplomático” e “O astrólogo”, também são abordados. A categoria conceitual de Georg Simmel, de “aventura”, sugere como o acaso e o risco são elementos da vida urbana, inviabilizando a determinação dos resultados das ações individuais. Nos contos mencionados, a cidade se mostra um ambiente de imprevisibilidades, e os personagens tentam resolver tais indeterminações a partir do próprio deslocamento pelas ruas. Há diferentes grupos sociais que compartilham os mesmos espaços coletivos, mas a convivência não é, necessariamente, harmoniosa. Embora o léxico político estivesse fundado sobre a matriz liberal, os valores de uma sociedade de Antigo Regime persistiam. Desse modo, os perigos da grande cidade não podiam ser suprimidos. A aventura e a indeterminação fornecem indícios para a compreensão da leitura de Machado sobre a cidade que mais aparece em sua literatura.

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Publicado

2016-12-21

Como Citar

Rodrigues, D. de O. (2016). Aventura e indeterminação urbana em contos de Machado de Assis. Opiniães, 5(9), 118-127. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2016.124624