Clarice e Carolina: a salvação pela escrita
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.180174Palavras-chave:
Clarice Lispector, Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo, A paixão segundo G.H, EscritaResumo
Motivado, principalmente, pelo breve encontro entre Clarice Lispector e Carolina Maria de Jesus, e o diálogo que esse encontro entre as duas proporcionou, este artigo tem como propósito comparar brevemente duas narrativas: A paixão segundo G.H. e Quarto de despejo. A partir do viés da metalinguagem nas duas autoras, é possível notar como a atividade da escrita serve para salvar essas duas vidas (de G.H. e até de Clarice, como ela afirma na crônica “Escrever”, e também de Carolina). As narrativas dessas duas mulheres parecem ser essenciais para sua sobrevivência em meio à experiência e descoberta do cotidiano desigual, ora a partir do conhecimento do outro, o desvalido (em G.H.), ora a partir da sua própria vivência nas classes mais pobres da sociedade (nos diários de Carolina). Desta forma, partindo do reconhecimento de suas diferenças (principalmente sociais), o que se quer aqui mostrar é como as duas obras parecem ter um eixo temático comum: a da escrita como necessária à sobrevivência das experiências.
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