A influência do contato com a natureza na reabilitação de pessoas em situação de dependência química residentes em Comunidades Terapêuticas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2023.195671

Palavras-chave:

Comunidade Terapêutica, Assistência à Saúde Mental, Áreas Verdes, Centros de Tratamento de Abuso de Substâncias

Resumo

Objetivo: identificar a influência da natureza sobre os sintomas de estresse, ansiedade e depressão em acolhidos em Comunidades Terapêuticas. Metodologia: estudo transversal, quali-quantitativo, exploratório e descritivo realizado com acolhidos em Comunidades Terapêuticas da região nordeste de Santa Catarina, em 2021. A saúde mental avaliada pela Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse-21. Os participantes expressaram sua percepção utilizando três palavras que representaram os seus sentimentos com relação a esse benefício, criando-se uma Nuvens de Palavras. A análise de dados ocorreu por meio da estratificação das variáveis coletadas, sendo organizadas por frequências absolutas e relativas e testes estatísticos. Resultados: participaram 86 acolhidos do gênero masculino em 3 comunidades, idade média de 39,95 anos. Hipertensão Arterial Sistêmica foi a doença predominante; drogas de adição frequentes álcool e cocaína. Quanto aos sintomas, 53,4% (n=46) com sintomas de estresse, 41,7% (n=36) com sintomas de ansiedade e 34,8% (n=30) com sintomas depressivos. A Nuvem de Palavras apresentou os termos “bem-estar, calma e paz” como benefícios do contato com a natureza. Conclusão: os participantes apresentam índices de estresse, ansiedade e depressão elevados, porém consideram  o contato mais próximo com a natureza após o seu acolhimento na Comunidade Terapêutica como um fator positivo em sua reabilitação.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Organização Mundial da Saúde. Mental health: a state of well-being. Genebra: WHO; 2020.

Organização Pan-Americana da Saúde. Depressão: o que você precisa saber [Homepage]. c2023 [cited 2022 Mar 14]. Available from: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5372:depressao-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822

World Health Organization. Policies and strategies to promote social equity in health [Internet]. 2007 [cited 2022 Mar 14]. Disponível em: http://repositori.uji.es/xmlui/bitstream/handle/10234/187797/GoeranD_Policies_and_strategies_to_promote_social_equity_in_health.pdf?sequence=1

Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Saúde Mental [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2013 [cited 2022 Mar 14]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf

Organização Mundial da Saúde. 66a Sessão do Comitê Regional da OMS. Plano de ação sobre saúde mental [Internet]. Washington: OMS; 2014 [cited 2022 Mar 14]. Available from: https://patriciamagno.com.br/wp-content/uploads/2021/05/OPAS-2014-Plano-de-Acao-sobre-Saude-Mental.pdf

Benetti SPC, Pizetta A, Schwartz CB, Hass RA, Melo VL. Problemas de saúde mental na adolescência: características familiares, eventos traumáticos e violência. Psico-USF [Internet]. 2010 [cited 2022 Mar 14];15(3). Available from: https://doi.org/10.1590/S1413-82712010000300006

Zou Z, Wang H, d’Oleire Uquillas F, Wang X, Ding J, Chen H. Definition of Substance and Non-substance Addiction. Adv Exp Med Biol. 2017;1010:21-41. https://doi.org/10.1007/978-981-10-5562-1_2

Schlindwein-Zanini R, Almeida GM, Helegda LC, Fernandes KC. Wernicke–Korsakoff syndrome, substance use and abuse: neuropsychological and psychomotor effects. Fiep Bull [Internet]. 2014 [cited 2022 Mar 14];84:369-72. Available from: https://www.researchgate.net/publication/264348161_WERNICKE-KORSAKOFF_SYNDROME_SUBSTANCE_USE_AND_ABUSE_NEUROPSYCHOLOGICAL_AND_PSYCHOMOTOR_EFFECTS

Bolonheis-Ramos RCM, Boarini ML. Comunidades terapêuticas: “novas” perspectivas e propostas higienistas. Hist Ciênc Saúde Manguinhos. 2015;22(4):1231-48. https://doi.org/10.1590/S0104-59702015000400005

Schlemper BR Junior. Bioética no acolhimento a dependentes de drogas psicoativas em comunidades terapêuticas. Rev Bioética. 2018;26(1). https://doi.org/10.1590/1983-80422018261225

Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Resolução RDC no. 101, de 30 de maio de 2001 [Internet]. Brasília: MS; 2001 [cited 2022 Mar 14]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2001/rdc0101_31_05_2001.html

Barcelos KR, Wandekoken KD, Dalbello-Araujo M, Quintanilha BC. A normatização de condutas realizadas pelas Comunidades Terapêuticas. Saúde Debate. 2021;45(128). https://doi.org/10.1590/0103-1104202112810

Araya R, Montgomery A, Rojas G, Fritsch R, Solis J, Signorelli A, et al. Common mental disorders and the built environment in Santiago, Chile. Br J Psychiatry [Internet]. 2007;190:394-401. https://doi.org/10.1192/bjp.bp.106.024596

Van den Berg M, van Poppel M, van Kamp I, Andrusaityte S, Balseviciene B, Cirach M, et al. Visiting green space is associated with mental health and vitality: A cross-sectional study in four european cities. Health Place. 2016;38:8-15. https://doi.org/10.1016/j.healthplace.2016.01.003

Astell-Burt T, Mitchell R, Hartig T. The association between green space and mental health varies across the lifecourse. A longitudinal study. J Epidemiol Comm Health [Internet]. 2014 [cited 2022 Mar 14];68(6):578-83. Available from: https://jech.bmj.com/content/jech/68/6/578.full.pdf

Ward Thompson C, Roe J, Aspinall P, Mitchell R, Clow A, Miller D. More green space is linked to less stress in deprived communities: Evidence from salivary cortisol patterns. Landsc Urban Plan [Internet]. 2012 [cited 2022 Mar 14];105(3):221-9. Available from: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0169204611003665

Antônio CG. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas; 2008.

Claudia R. Escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS): adaptação e validação para o português do Brasil [Thesis]. Santos: Universidade Federal de São Paulo; 2013 [cited 2022 Mar 14]. Available from: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48328

DePaolo CA, Wilkinson K. Get Your Head into the Clouds: Using Word Clouds for Analyzing Qualitative Assessment Data. TechTrends. 2014;58(3):38-44. https://doi.org/10.1007/s11528-014-0750-9

Legendre L, Legendre P. Numerical Ecology. Amsterdam: Elsevier Science & Technology Books; 2012. 1006 p.

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução 466/12. Trata de pesquisas em seres humanos e atualiza a resolução 196 [Internet]. Diário Oficial da União, 12 dez. 2012 [cited 2013 Jun 13]. Available from: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf

Almeida RA, Anjos UU, Vianna RP, Pequeno GA. Perfil dos usuários de substâncias psicoativas de João Pessoa. Saúde Debate. 2014;38(102). https://doi.org/10.5935/0103-1104.20140049

Andretta I, Limberger J, Schneider JA, Mello LT. Sintomas de Depressão, Ansiedade e Estresse em Usuários de Drogas em Tratamento em Comunidades Terapêuticas. Psico-USF. 2018;23(2):361-73. https://doi.org/10.1590/1413-82712018230214

Sezorte FOF, Silva JV. Perfil dos usuários de substâncias psicoativas (spa) acolhidos na comunidade terapêutica religiosa Shalom. Rev Valore [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 14];4:426-39. Available from: https://revistavalore.emnuvens.com.br/valore/article/view/382

Ribeiro M. Avaliação psiquiátrica e comorbidades. In: Ribeiro M, Laranjeira R, organizators. O tratamento do usuário de crack. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2012. p. 239-50.

Diehl A, Souza PM. Principais comorbidades associadas ao transtorno por uso de substâncias. In: Zanelatto N, Laranjeira R, organizators. O tratamento da dependência química e as terapias cognitivo-comportamentais: um guia para terapeutas. Porto Alegre: Artmed; 2013. p. 73-91.

Danieli RV, Ferreira MB, Nogueira JM, Oliveira LN, Cruz EM, Araújo GM Filho. Perfil sociodemográfico e comorbidades psiquiátricas em dependentes químicos acompanhados em comunidades terapêuticas. J Bras Psiquiatr. 2017;66(3):139-49. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000163

Pereira PM, Bitencourt RM. Prevalência do transtorno depressivo maior em pessoas com dependência química. SMAD Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas. 2021;17(2):64-71. https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2021.173585

Miranda JC, Guimarães CA. Stress level in addicted people under treatment in therapeutic communities. Bol Acad Paul Psicol [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar 14];41(100). Available from: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/bapp/v41n100/a06v41n100.pdf

Barbanti EJ. Efeito da atividade física na qualidade de vida em pacientes com depressão e dependência química. Rev Bras Ativ Fís Saúde [Internet]. 2012 [cited 2022 Mar 14];11(1):37-45. Available from: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/831

Marselle MR, Bowler DE, Watzema J, Eichenberg D, Kirsten T, Bonn A. Urban street tree biodiversity and antidepressant prescriptions. Sci Rep. 2020;10(1). https://doi.org/10.1038/s41598-020-79924-5

White MP, Alcock I, Grellier J, Wheeler BW, Hartig T, Warber SL, et al. Spending at least 120 minutes a week in nature is associated with good health and wellbeing. Sci Rep. 2019;9(1). https://doi.org/10.1038/s41598-019-44097-3

Barreto PA, Lopes CS, Silveira IH, Faerstein E, Junger WL. Is living near green areas beneficial to mental health? Results of the Pró-Saúde Study. Rev Saúde Pública. 2019;53:75. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2019053001008

Barton J, Lindo J. Qual é a melhor dose de natureza e exercício verde para melhorar a saúde mental? Uma análise multi-estudo. Ciênc Tecnol Amb. 2010;44(10):3947-55. https://doi.org/10.1021/es903183r

Gascon M, Triguero-Mas M, Martínez D, Dadvand P, Forns J, Plasência A, et al. Mental Health Benefits of Long-Term Exposure to Residential Green and Blue Spaces: A Systematic Review. Int J Environ Res Public Health. 2015;12(4):4354-79. https://doi.org/10.3390/ijerph120404354

Engemann K, Pedersen CB, Arge L, Tsirogiannis C, Mortensen PB, Svenning JC. Residential green space in childhood is associated with lower risk of psychiatric disorders from adolescence into adulthood. Proc Natl Acad Sci. 2019;116(11):5188-93. https://doi.org/10.1073/pnas.1807504116

Moreira TC, Polize JL, Brito M, Silva FDF, Chiavegato F, Alexandre DP, et al. Assessing the impact of urban environment and green infrastructure on mental health: results from the São Paulo Megacity Mental Health Survey. J Expos Sci Environ Epidemiol. 2021;32:205-12. https://doi.org/10.1038/s41370-021-00349-x

Barros CIV. O papel dos espaços verdes na saúde mental da população – caso de estudo na cidade de Coimbra [Thesis]. Coimbra: Universidade de Coimbra; 2017 [cited 2022 Mar 14]. Available from: https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/85371

Gascon M, Sánchez-Benavides G, Dadvand P, Martínez D, Gramunt N, Gotsens X, et al. Long-term exposure to residential green and blue spaces and anxiety and depression in adults: A cross-sectional study. J Environ Res. 2018;162:231-9. https://doi.org/10.1016/j.envres.2018.01.012

Dadvand P, Bartoll X, Basagaña X, Dalmau-Bueno A, Martinez D, Ambros A, et al. Green spaces and General Health: Roles of mental health status, social support, and physical activity. Environ Int. 2016;91:161-7. https://doi.org/10.1016/j.envint.2016.02.029

Bezold CP, Banay RF, Coull BA, Hart JE, James P, Kubzansky LD, et al. The relationship between surrounding greenness in childhood and adolescence and depressive symptoms in adolescence and early adulthood. Ann Epidemiol. 2018;28(4):213-9. https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2018.01.009

Tomita A, Vandormael AM, Cuadros D, Di Minin E, Heikinheimo V, Tanser F, et al. Green environment and incident depression in South Africa: a geospatial analysis and mental health implications in a resource-limited setting. Lancet Plan Health. 2017;1(4):e152-e162. https://doi.org/10.1016/s2542-5196(17)30063-3

Egorov AI, Griffin SM, Converse RR, Styles JN, Sams EA, Wilson A, et al. Vegetated land cover near residence is associated with reduced allostatic load and improved biomarkers of neuroendocrine, metabolic and immune functions. Environ Res. 2017;158:508-21. https://doi.org/10.1016/j.envres.2017.07.009

Ribeiro AI, Tavares C, Ferreira I, Barros H. Associação entre área verde do bairro e marcadores biológicos em crianças em idade escolar. Achados da coorte de nascimentos da Geração XXI. Amb Int. 2019;132:105070. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.envint.2019.105070

Mota MD, Régis MD, Nascimento AP. Perfil e Percepção Ambiental dos Frequentadores do Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon), no Município de São Paulo/SP. Periódico Eletr Fórum Amb Alta Paulista. 2019;15(2). https://doi.org/10.17271/1980082715220192184

Durães BM, Veloso S, Niza SMF. Parques Urbanos: Análise temporal do Parque Municipal Milton Prates Em Montes Claros/MG: Impactos ambientais e qualidade hídrica. Rev Verde Grande. 2021;3(02):200-16. https://doi.org/10.46551/rvg2675239520212200216

Teixeira LM, Mendonça X, Santos T, Costa B, Sousa A, Santos G, et al. Práticas educativas em um centro de atenção psicossocial álcool e drogas: percepção dos usuários. Rev Eletr Acervo Saúde. 2020;12(5):e3013. https://doi.org/10.25248/reas.e3013.2020

Publicado

2023-06-07

Como Citar

Bittencourt, R. N., Melo Junior, . J. C. F. de ., & Pedroso, . M. V. (2023). A influência do contato com a natureza na reabilitação de pessoas em situação de dependência química residentes em Comunidades Terapêuticas. SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool E Drogas (Edição Em Português), 19(2), 63-76. https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2023.195671