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Pesquisa traz discussão inovadora sobre prevenção da violência escolar

Release de Margareth Artur para o Portal de Revistas da USP

Ninguém mais se espanta com a presença de policiais nas portas das escolas, a hostilidade entre os alunos que praticam e os que sofrem humilhações e agressões gratuitas, sem falar na insanidade dos homicídios. Mas a violência escolar não é só física, é também verbal e também pode ser mais sutil, porém não menos violenta, como o bullying. A instituição escolar já não representa nem consegue lidar com o contexto familiar dos alunos. Encontrar um modo de enfrentar e prevenir a violência é uma grande preocupação, um desafio para os educadores. Discutir a  prevenção da violência  é o interesse das autoras do artigo publicado na revista Educação e Pesquisa.

As autoras têm por objetivo verificar o que existe publicado sobre o assunto, “por meio de revisão  realizada “em periódicos nacionais e internacionais sem delimitação temporal, a partir de artigos indexados em bases multidisciplinares e da saúde”. Foram encontrados 33 artigos, organizado pela abordagem de estratégias de prevenção e enfrentamento da violência escolar; “pelo poder público ou pela própria escola“; apresentação de estudos sobre o tema; e artigos selecionados que “realizavam revisão da literatura quanto à qualidade e à efetividade dos programas de prevenção“. Os resultados apontam para um proposta quantitativa, o que demanda um estudo aprofundado de conteúdo do assunto.

De acordo com o artigo, alguns autores atribuem a violência escolar tanto ao ambiente dentro como fora da escola, “outros fazem menção à exclusão social, ao tráfico de drogas, à falta de oportunidades, à influência da mídia, ao tempo livre e ocioso e à falta de perspectivas e sonhos como precursores da violência no âmbito escolar“. Menciona-se: a violência na escola, ou seja, o dia a dia dos alunos; a violência contra a escola, o vandalismo, incêndios, roubos ou furtos do patrimônio; e violência da escola, o despreparo profissional, a falta de estímulos, o conteúdo alheio aos interesses dos alunos e do mercado de trabalho, os preconceitos e estereótipos, o abuso de poder, entre outros.

A pesquisa revela que, para conseguir sucesso, as estratégias de prevenção da violência escolar devem incluir uma perspectiva interdisciplinar, apontando intervenções em relação ao indivíduo, ao conteúdo e forma didáticos empregados nas escolas e também no campo institucional. As autoras apontam, nas leituras, a necessidade de docentes e funcionários estarem mais aptos e conscientes da realidade escolar, no sentido de estímulo para “práticas democráticas na escola e negociação de conflitos“. Quanto à definição de violência escolar, segundo o artigo, ela pode ser caracterizada de diversos modos, como por exemplo, por relações de opressão, intimidação, medo e terror.

Para o enfrentamento da violência na escola, é importante haver reflexões sobre a realidade concreta da vida de estudantes e famílias, segundo as autoras, “de cunho político e ideológico, e que possam ser incluídas no projeto pedagógico das escolas“. A pesquisa reforça o fato que não se pode esquecer da necessidade da interdisciplinaridade nas ações de prevenção, tendo em vista o ambiente dentro e fora da escola, já que “a violência deve ser compreendida a partir do contexto social e cultural que a atravessa“, para que não se caia na armadilha de os programas de prevenção acabarem por contribuirem para a segregação e preconceito de alunos dentro e fora das escolas.

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Artigo

SILVA, F., ; ASSIS, S. Prevenção da violência escolar: uma revisão da literatura. Educação e Pesquisa, n. 44, e157305. ISSN: 10.1590. DOI: https://doi.org/10.1590/s1517-9702201703157305. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/143502. Acesso em: 03 dez. 2018.

Contato

Flaviany Ribeiro da Silva – Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro. flaviany.ribeiro@gmail.com

Simone Gonçalves Assis – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.  simone@claves.fiocruz.br

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