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A importância da arte como qualidade de vida nas estações de metrô de São Paulo

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Release de Margareth Artur para o Portal de Revistas da USP

As viagens do metrô estão mais coloridas desde a década de 1970. Desde então, a arte nos metrôs de São Paulo disponibiliza duas viagens ao mesmo tempo – desde o destino físico do usuário dentro dos trens até obras com paisagens, esculturas, instalações e objetos que se tornaram parte integrante das estações de metrô, e que são obras criadas por artistas renomados. Essas, por sua vez, viajam dos ambientes fechados de galerias e ateliês para espaços públicos e ambientes de circulação em que os paulistanos vivem e transitam no dia-a-dia agitado – o metrô de São Paulo se torna, assim, o transporte para múltiplas viagens. A viagem ao mundo da arte permite quebrar o aspecto sem cor, sério e impessoal da grande metrópole.

Sandrin, no artigo da Revista de Cultura e Extensão USP apresenta um amplo olhar sobre a arte permanente e temporária incorporada aos espaços das estações da Companhia do Metropolitano de São Paulo e suas significações. A inserção de obras de arte permanentes no espaço das estações da Companhia do Metropolitano de São Paulo foi iniciada com a criação do Museu das Esculturas em um dos espaços mais representativos da cidade – a Praça da Sé – como parte do projeto de reestruturação e intervenção visual do local realizado pelo poder público. Foram instaladas 14 esculturas na praça, 1 na escada de acesso da praça para a estação e outra no interior da estação.

Partindo do entendimento da arte como elemento que intervém visualmente nesses espaços públicos das estações existentes e naquelas que estão sendo construídas, este artigo busca contribuir para futuros projetos inovadores nos campos da arte, da arquitetura e do design, sempre com enfoque na criação que não prescinde da tecnologia de ponta, nem deixa de atender às necessidades do transporte de massa, certamente atrelado à arte. O Projeto Arte no Metrô (arte permanente) e o Programa Ação Cultural (arte temporária) “surgiram na década de 1970, em uma iniciativa de aproveitamento dos espaços internos e externos amplos do metrô“, explica a autora, levando em conta a possibilidade de intervenções visuais ambientais.

A partir do retorno positivo da população, foi criado o Projeto Arte no Metrô, Sandrin aafirma que “atualmente levando arte a 69 estações em funcionamento”, com criações de diversos artistas de renome internacional. Criou-se também o Programa Ação Cultural, com  música, dança, teatro, cinema e oficinas culturais; o Projeto Encontros, que dispõe de telas LCD e totens multimídia interativos; Poesia no Metrô; Embarque na Leitura; Turismetrô; e exposições relacionadas à arte tecnológica. O foco deste artigo recai sobre as obras apresentadas nas exposições de arte tecnológica, pois aqui se fala “de trabalhos que transformações tecnológicas e de comportamento social que são extensões de transformações culturais de hoje“, afirma a autora.

O elemento arte aliado à técnica e à sensibilidade, com a contribuição da arquitetura e do design, significa maior qualidade de vida nos espaços de concreto das estações de  metrô, estimulando “o respeito e noção de conservação dos espaços coletivos”. Porém, Sandrin argumenta que, para a continuação de todo esse processo é preciso haver o incentivo às intervenções visuais ambientais artísticas nas estações, a presença de um curador responsável, mais profissionais especializados envolvidos e economia de recursos financeiros na execução das obras arquitetônica e artística. Finalizando, a autora ressalta ser  fundamental contar-se com políticas públicas e também com a divulgação da lei de incentivo fiscal como apoio para o patrocínio de empresas privadas, “uma vez que a Companhia não dispõe de recursos próprios“.

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Artigo

SANDRIN, E. Os significados da arte nas estações de metrô de São Paulo. Revista de Cultura e Extensão USP, São Paulo, n. 19, p. 75-89, 2018. ISSN: 2316-9060. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9060.v19i0p75-89. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rce/article/view/146167. Acesso em: 18 fev. 2019.

Contato

Ewely Branco Sandrin – Professora Contratada III (doutora I) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) nos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design, atua nos campos das Artes Plásticas, Design Gráfico e Arquitetura no Atelier Claudio Tozzi. e-mail: ewelysf@hotmail.com

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