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Estudo discute relação entre Fibromialgia, depressão, qualidade de vida e atividade física

Release de Margareth Artur para o Portal de Revistas da USP

A fibromialgia é uma doença sentida em várias partes do corpo, de difícil diagnóstico, que provoca uma dor “músculo esquelética”, e também outros sintomas como depressão, cansaço e insônia, que se manifesta em cerca de 2,5% da população brasileira. A revista Medicina (Ribeirão Preto. Online) avalia a prática de atividade física, os sintomas de depressão e a qualidade de vida em pacientes com fibromialgia. A pesquisa é um estudo de observação “retrospectiva”, em que participaram 50 pacientes adultos com diagnóstico da doença, cuja maioria é do sexo feminino, com idade média de 47 anos, etnia branca, mulheres casadas e com filhos.

A fibromialgia é uma síndrome complexa, em que a maior parte dos pacientes também relata rigidez muscular, dor após esforço físico, considerada a segunda doença reumática mais comum, depois da osteoartrite. A maioria dos pacientes faz uso exclusivo de terapia medicamentosa, sendo necessário um tratamento que abarque várias frentes. Os autores salientam que para compreender o conceito de atividade física e exercício físico são precisos estudos mais aprofundados, pois a “prática do exercício físico influencia várias vias relacionadas às áreas de modulação da dor“. Estudos prévios demonstraram que a prática de exercício físico aeróbico contribui no controle da dor, fadiga, depressão e qualidade de vida dos pacientes com fibromialgia.

Estudos evidenciaram a dor crônica como um importante fator causal para redução da qualidade de vida desses pacientes, o comprometimento do desempenho ocupacional e alteração do humor e depressão, que está entre as doenças psiquiátricas mais frequentes, aproximadamente 30% dos pacientes.  Considerada uma intervenção não medicamentosa, a atividade física atua positivamente na redução da dor, na melhora da qualidade de vida e da depressão. Os autores salientam, no caso da fibromialgia, a dificuldade em medir-se a intensidade da dor e a relação com a atividade física, pois a subjetividade interfere na análise; por isso, “é possível que a ausência de diferença entre pacientes que relataram diferentes intensidades de atividade física esteja relacionada ao instrumento de avaliação utilizado“, e isso pode ter influenciado os resultados.

Avaliou-se a qualidade de vida dos pacientes com fibromialgia em relação aos seguintes domínios: capacidade funcional, status de trabalho, distúrbios psicológicos, sintomas físicos e dolorosos. Quem tem fibromialgia demonstra maior depressão, dor e, consequentemente, pior qualidade de vida do que a população normal “e os portadores de outras doenças reumatológicas como os portadores de osteoartrite de joelhos e artrite reumatóide“. Caminhada ou corrida, academia e hidroginástica não se mostram tão eficazes para a melhora dos sintomas como as atividades mais socializadas como aulas de dança de salão, esportes, ou outras modalidades de dança.

A pesquisa mostra que, apesar de observada, no entanto, correlação entre pior qualidade de vida, intensidade da dor e sintomas de depressão, a melhora desses sintomas típicos da fibromialgia é atribuída a atividades físicas, mas não foi contabilizada a quantidade da atividade praticada, se pouco ou muito, para que ocorra uma melhora importante. Esses resultados podem estar relacionados aos métodos imperfeitos aplicados para medição, e “a uma possível distorção dos pacientes ao quantificarem o tempo e a intensidade da atividade praticada“. Os dados coletados com outros métodos de pesquisa talvez mostrassem um outro resultado, porém este presente estudo, apesar de constatar alguma melhora, “não sugere impacto significativo da atividade física na melhora dos sintomas de dor, qualidade de vida e depressão em pacientes com fibromialgia“, concluem os autores.  

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Artigo

CONTE, M.; DUMBRA, G. A.; ROMA, D.; FUCUTA, P.; MIYAZA, M. C. Fibromialgia. Medicina (Ribeirão Preto. Online), v. 51, n. 4, p. 281-290, 2018.  ISSN: 2176-7262. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v51i4p281-290. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/154927. Acesso em: 02 abr. 2019.  

Contatos

Mariana Storino Conte; Gabriel Antonio Cabriott Dumbra – Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Medicina FACERES em São José do Rio Preto.

Daniela Vichiato Polizelli Roma – Médica, mestre em Psicologia e Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), docente do Curso de Medicina FACERES.

Patricia da Silva Fucuta – Médica, doutora em gastroenterologia pela UNIFESP, docente do Curso de Medicina FACERES.

Maria Cristina de Oliveira Santos Miyazaki – Psicóloga, doutora em Psicologia pela USP, livre-docente do Departamento de Psicologia da (FAMERP). e-mail: cmiyazaki@famerp.br

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