Desenvolvimento do conceito bakhtiniano de polifonia
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2010.49272Mots-clés :
polifonia, dialogismo, metalinguísticaRésumé
Este artigo se dedica a revisar o desenvolvimento do conceito de polifonia, posição de distanciamento máximo entre autor e personagens em um infindável diálogo, a partir da análise de algumas obras pertencentes à ficção dostoievskiana, feita por Bakhtin no livro Problemas da poética de Dostoiévski, no qual Dostoiévski é definido como o criador do romance polifônico. O dialogismo, essência da teoria bakhtiniana do discurso, reitera a presença do sujeito na comunicação, que não é vista apenas como uma simples transmissão de informação, mas como uma interação verbal ou não-verbal. Os sujeitos se constituem na e pela interação. O discurso, construído a partir do discurso do outro, nunca está concluso. Então, todo texto é composto de várias vozes que, na polifonia, têm de ser equipolentes. Segundo Bakhtin, a polifonia é parte essencial de toda enunciação, já que em um mesmo texto ocorrem diferentes vozes que se expressam, e que todo discurso é formado por diversos discursos. Só compreendemos enunciados quando reagimos às palavras que despertam em nós ressonâncias ideológicas e/ou concernentes à nossa vida. A realidade do signo é objetiva e passível de um estudo metodologicamente unitário. Bakhtin chama esse estudo do discurso bivocal, que inevitavelmente surge sob as condições de comunicação dialógica e ultrapassa os limites da linguística, de metalinguística.##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
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Publiée
2010-12-07
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Comment citer
Pires, V. L., & Tamanini-Adames, F. A. (2010). Desenvolvimento do conceito bakhtiniano de polifonia. Estudos Semióticos, 6(2), 66-76. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2010.49272