Razão entre atendimentos ambulatoriais e hospitalares: um indicador para a área de saúde mental
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2023.190175Palavras-chave:
Saúde Mental, Sistema Único de Saúde, Qualidade dos Dados, Indicadores de SaúdeResumo
Objetivo: construir um indicador de razão matemática entre
os atendimentos ambulatoriais e hospitalares em saúde
mental no SUS. Metodologia: foi utilizada uma abordagem
quantitativa dos dados secundários do DATASUS (SIH/SUS
e SIA/SUS) de residentes na Região Metropolitana de Porto
Alegre – RS no período 2015-2017. Resultados: obteve-se
uma razão de 12,9 atendimentos ambulatoriais (0,2 a
1248,2/10 mil hab./ano) por hospitalização (4,9 a 77,1/10
mil hab./ano) em saúde mental para todos os residentes
no território estudado e média de 17,1 (IC95% 10,5-23,7)
considerando por município (amplitude de 0,0 a 82,3).
A razão foi maior para o sexo feminino (14,4) em relação
ao masculino (11,8) em 22%. Há uma distribuição bimodal
com maiores razões entre atendimentos ambulatoriais e
hospitalares nas faixas etárias de 0-19 anos (20,0) e 45-59
anos (17,3). Conclusão: os dados do DATASUS evidenciaram
grande disparidade nos resultados, mas podem contribuir
para melhor organização e gestão da Rede de Atenção
Psicossocial no SUS. Há necessidade de maior cuidado e
vigilância perante a correção das informações fornecidas
pelos municípios. Nesse sentido, a razão construída pode vir
a representar um indicador de qualidade da informação.
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