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RELEASE – Estudo traz balanço da Lei Seca no Brasil entre 2007 e 2013

Por Carolina Medeiros
A última edição da Revista de Saúde Pública (vol.48, no.4, 2014) da Universidade de São Paulo (USP) traz o artigo que faz um balanço sobre o consumo de álcool entre os condutores de veículos após aprovação da chamada lei seca que entrou em vigor em 2008 e foi modificada em 2012 (tolerância zero). O período analisado foi de 2007 a 2013 e reuniu dados de 54 mil adultos residentes nas 27 capitais brasileiras. Um dos pontos positivos observados no estudo foi a redução em 45% na prevalência de consumo abusivo de álcool (acima de 4 doses para as mulheres e 5 para homens). As maiores mudanças no comportamento dos brasileiros foi identificada nos dois primeiros anos da pesquisa.

Para a realização do estudo foram utilizados dados do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). O período do estudo engloba a aprovação de duas leis federais que proíbem o consumo de álcool e direção, a Lei 11.705, aprovada em 2008 e que determinou o limite de (0,6 dcg/l) e a Lei 12.760, ou a chamada Nova Lei Seca (2012) que proíbe o consumo de álcool.

O estudo analisou dados referentes ao consumo abusivo e direção, indicador presente no Vigitel desde 2007, o que permitiu comparar as mudanças de hábitos nos condutores. Em 2011, o Vigitel introduziu um indicador específico sobre o consumo de qualquer quantidade de álcool combinado à direção. Em 2013, 5,2% da população adulta declarou dirigir após ingestão de qualquer quantidade de álcool. Entretanto, não existe série histórica anterior sobre esse indicador que possibilite o monitoramento prévio à lei.
Os dados revelam que 16,4% dos adultos que dirigiram após o consumo de álcool consumiram álcool de modo excessivo em um curto período, hábito considerado de maior risco para acidentes e violências. O destaque foi para homens jovens de 18 a 34 anos.

Os autores da pesquisa enfatizam que o comportamento de dirigir alcoolizado, conhecido também como alcoolemia, produz alterações neuromotoras, com intensidade dependente da concentração alcoólica. Mesmo sob baixo consumo (0,3 dcg/l, ou uma dose), há diminuição na atenção e falsa percepção de velocidade, além de euforia e dificuldade de discernir distintas luminosidades.
“São importantes para a redução dos acidentes de trânsito as políticas e medidas legais de restrição do consumo de álcool e direção veicular, controle de propaganda de bebidas alcoólicas, proibição de vendas a menores de idade e leis que normatizam o funcionamento de postos de venda de bebidas alcoólicas”, afirmam os autores do estudo liderado por Regina Berna e Rafael Claro.

 

Malta, D.C.; Berna, R.T.I.; Silva, M.M.A.; Claro, R.M.; Silva Júnior, J.B.; Reis, A.A.C. “Consumo de bebidas alcoólicas e direção de veículos, balanço da lei seca, Brasil 2007 a 2013”. Rev Saúde Pública, vol. 48(4):692-696. 2014. http://is.gd/uNQnHA

 

Contato jornalista: Carolina Medeiros: carolinafmedeiros@yahoo.com.br – (19) 98201-9898
Pesquisadores:
• Regina Tomie Ivata Berna. Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde. Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo (USP). Email: rbernal@usp.br

• Rafael Moreira Claro. Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde. Faculdade de Saúde Pública, USP. Departamento de Nutrição. Escola de Enfermagem. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Email: rclaro@ufmg.br

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