Tradição grega, inovação romana: edifícios balneários no Norte da África – o caso egípcio
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2019.164235Palavras-chave:
Províncias romanas, Banhos públicos, Egito, Trocas culturais, IdentidadeResumo
Dentre as diversas práticas culturais trazidas pela conquista romana para suas províncias, os banhos se destacam pela longuíssima duração de seu funcionamento, pela vasta extensão geográfica que cobrem em três continentes, e pelo número significativo de vestígios que legaram. Quando comparamos as características arquitetônicas apresentadas por este conjunto, percebemos uma enorme variabilidade conforme nos deslocamos pelas diferentes áreas e períodos. Se nas províncias norte-africanas, que desconheciam os banhos públicos antes da chegada dos romanos, vicejam complexos termais de matriz imperial, que seguem o modelo romano monumental e simétrico que caracteriza suas construções, no Egito encontramos um panorama inteiramente diverso. Atribuímos esta discrepância à influência da cultura balneária grega, solidamente estabelecida em território egípcio ao longo dos trezentos anos de domínio ptolomaico que se seguiram à conquista de Alexandre em 331 a.C. Em suas plantas, suas dimensões, suas formas de se banhar, e na rejeição ou adoção parcial e tardia das inovações técnicas e arquitetônicas romanas, notadamente o aquecimento por hipocausto, os banhos no Egito apresentam feições próprias, frutos de escolhas locais, e constituem um caso atípico de especificidade regional.
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