Níveis de lactato sanguíneo, em futebolistas profissionais, verificados após o primeiro e o segundo tempos em partidas de futebol

Autores

  • Paulo Roberto Santos Silva
  • Luís Antonio Inarra
  • José Roberto Rivelino Vidal
  • Alexandre Augusto Ribeiro Barros Oberg
  • Alcides Fonseca Junior
  • Carla Dal Maso Nunes Roxo
  • Gilberto Silva Machado
  • Alberto Azevedo Alves Teixeira

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v7i2a102259

Palavras-chave:

Jogadores de Futebol, Lactato Sanguíneo, Partidas de Futebol, Medicina Esportiva

Resumo

O objetivo desse estudo foi verificar o envolvimento do metabolismo anaeróbio lático por meio de medidas de lactato sanguíneo em futebolistas profissionais imediatamente após o término do primeiro e do segundo tempos, em partidas de futebol. Foram avaliados 26 jogadores, todos do sexo masculino e pertencentes ao Departamento de Futebol Profissional da Associação Portuguesa de Desportos de São Paulo. O grupo foi composto por 4 laterais, 13 meio-campistas e 9 atacantes. A idade variou de 18 a 33 anos, o peso de 56,5 kg a 78,5 kg e a estatura de 164 cm a 185 cm. A escolha dos futebolistas durante os procedimentos foi aleatória. Foi utilizado um analisador de lactato portátil (modelo Accusport®, Boehringer Mannheim®, GER). Os seguintes resultados foram verificados: a média de lactato em todos os jogadores verificados ao final do primeiro e do segundo tempos das partidas analisadas foi de 7,1 mM ± 0,6 mM e 5,7 mM ± 1,3 mM (p < 0,05). Quando divididos por posição, os laterais apresentaram respectivamente: 6,9 mM ± 2,9 mM e 4,7 mM ± 3,0 mM; os meiocampistas: 6,4 mM ± 1,8 mM e 5,6 mM ± 1,2 mM e os atacantes: 7,7 mM ± 1,8 mM e 7,2 ± 2,1 mM. Quando comparamos a produção de lactato pelas posições, somente houve diferença estatística significante (p < 0,05) no segundo tempo entre os atacantes 7,2 mM ± 2,1 mM e os meio-campistas 5,6 mM ± 1,2 mM, respectivamente. Conclusão: Fatores subjetivos como grau de movimentação, recuperação rápida e disposição constante na partida, relacionados a fatores primários como atividade glicolítica reduzida e a diminuição da concentração de glicogênio muscular, motivados por pouco treinamento anaeróbio lático específico e/ou uma dieta deficiente, são evidências que podem explicar, em parte, porque o lactato sanguíneo no segundo tempo tem sido freqüentemente mais baixo quando comparado ao término do primeiro tempo em uma partida de futebol.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Bangsbo J. The physiology of soccer - with special reference to intense intermittent exercise. Acta Physiologica Scandinavica. 1994;151(suppl. 619):5-155.

Ekblom B. Applied physiology of soccer. Sports Medicine. 1986;3:50-60.

Gerisch G, Rutemoller E, Weber K. Sportsmedical measurements of performance in soccer. In: Reilly T, Lees A, Davids K, Murphy WJ. Science and football. London: E & FN Spon;1998. p. 60-7.

Rhode HC, Espersen T. Work intensity during soccer training and match-play. In: Reilly T, Lees A, Davids K, Murphy WJ. Science and football. London: E & FN Spon;1988. p. 68-75.

Smith M, Clarke G, Hale T, McMorris T. Blood lactate levels in college soccer players during match - play. In: Reilly T, Lees A, Davids K, Murphy WJ. Science and football. London: E & FN Spon;1988. p. 129-34.

Fell JW, Rayfield JM, Gulbin JP, Gaffney PT. Evaluation of the Accusportr lactate analyser. Int J Sports Med. 1998;9:199-204.

Glantz SA. Primer of biostatistics. 3rd ed. New York: Mac Millan Publishing; 1978.

Smaros G. Energy usage during football match. In: Vecchiet L. Proceedings 1st International Congress on Sports Medicine Applied to Football. Rome: D. Guanello; 1980. p. 795-801.

Boobis LH. Metabolic aspects of fatigue during sprinting. In: Macleod D, Maughan R, Nimmo M, Reilly T, Williams TC, editors. Exercise, benefits, limits and adaptations. London: E & FN Spon;1987. p. 116-43.

Donovan CM, Brooks GA. Endurance training affects lactate clearance, not lactate production. Am J Physiol. 1983;244:E83-E92.

Donovan CM. Endurance training enhances lactate clearance during hyperlactatemia. Am J Physiol. 1989;257:E782-E9.

DonovanCM, Pagliassotti MJ. Enhance efficiency of lactate removal after endurance training. J Appl Phys. 1990;68:1053-8.

Macrae HSH, Denis SC, Bosch NA, Noakes TD. Effects of training in lactate production and removal during progressive exercise in humans. J Appl Physiol. 1992;72:1649-56.

Ivy JL, Sherman WM, Miller JM, Maxwell BD, Costill DL. Relationship between muscle QO2 and fatigue during repeated isokinetic contractions. J Appl Physiol. 1982;23:470-4.

Tesch PA, Wright JE. Recovery from short-term intense exercise: its relation to cappilary supply and blood lactate concentration. Eur J Appl Physiol. 1983;52:98-103.

Jansson E, Dudley GA, Norman B, Tesch PA. Relationship of recovery from intense exercise to the oxidative potential of skeletal muscle. Acta Physiol Scand. 1990;139:147-52.

Denis C, Linossier MT, Dormois D, Padilla S, Geyssant A, Lacour JR. Power and metabolic responses during supramaximal exercise in 100 m and 800 m runners. Scand J Med Sci Sports. 1992;2:62-9.

Rowell LB, Kraning KK, Evans TO, Kennedy JM, Blackmon JR, usumi F. Splanchnic removal of lactate and piruvate during prolonged exercise in man. J Appl Physiol. 1966;21:1773-83.

Hermansen L, Stensvold I. Production and removal of lactate during exercise in man. Acta Physiol Scand. 1972;86:191-201.

Freund H, Gendry P. Lactate kinetics after short strenous exercise in man. Eur J Appl Physiol. 1978;39:123-35.

Brooks GA. Anaerobic threshold: review of the concept and directions for future research. Med Sci Sports Exerc. 1985;17:22-31.

Karlsson J, Nordesjo LO, Jorfeldt L, Saltin B. Muscle lactate, ATP and CP levels during exercise after physical training in man. J Appl Physiol. 1972;33:199-203.

Knuttgen HG, Saltin B. Muscle metabolites and oxygen uptake in short-term submaximal exercise in man. J Appl Physiol. 1972;32:690-4.

Tesch PA, Daniels WL, Sharp S. Lactate accumulation in muscle and blood during submaximal exercise. Acta Physiol Scand. 1982;114:441-6.

Jacobs I, Kaijer P. Lactate in blood, mixed skeletal muscle, and FT or ST fibres during cycle exercise in man. Acta Physiol Scand. 1982;114:461-6.

Green HJ, Hughson RL, Orr GW, Ranney DA. Anaerobic threshold, blood lactate, and muscle metabolites in progressive exercise. J Appl Physiol. 1983;154:1032-8.

Ivy JL, Chi MMY, Hintz CS, Sherman WM, Hellendall RP, Lowry OH. Progressive metabolite changes in individual human muscle fibers with increasing work rates. Am J Physiol. 1987;252:C630-C9.

Downloads

Publicado

2000-08-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Silva PRS, Inarra LA, Vidal JRR, Oberg AARB, Fonseca Junior A, Roxo CDMN, et al. Níveis de lactato sanguíneo, em futebolistas profissionais, verificados após o primeiro e o segundo tempos em partidas de futebol. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de agosto de 2000 [citado 6º de maio de 2024];7(2):68-74. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/102259