Proposta de exercícios resistidos para pessoas com esclerose múltipla: um estudo de caso

Autores

  • Otávio Luis Piva da Cunha Furtado Universidade Estadual de Campinas
  • Maria da Consolação Gomes Cunha Fernandes Tavares Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v14i2a102800

Palavras-chave:

Esclerose Múltipla, Exercício Físico, Reabilitação

Resumo

Nesse estudo, buscamos sistematizar, propor e aplicar um programa de exercícios resistidos adaptados para um grupo de pessoas com esclerose múltipla (EM). Foram convidadas 80 pessoas com a doença e cadastradas em uma entidade de pessoas com EM da cidade de Campinas e Região. Deficiência e incapacidade neurológica foram determinadas pela Expanded Disability Status Scale (EDSS). Para avaliar a capacidade funcional utilizou-se a Medida de Independência Funcional (MIF), a caminhada cronometrada de 7,62 metros, o Timed “Up and Go” test, Box and Block test, e o teste de alcance funcional. O programa com exercícios resistidos teve duração de 10 semanas consecutivas, com duas sessões semanais. Nove sujeitos apresentaram-se para o estudo, sendo seus resultados divididos em grupo 1 (4 pessoas sedentárias) e grupo 2 (5 pessoas que participavam ou haviam participado regularmente de outros programas com exercícios físicos). Um sujeito do grupo 1 completou o programa com alta taxa de adesão, tendo sua avaliação não apontado alteração nos valores do EDSS e do MIF. Observou-se redução no tempo para execução da caminhada cronometrada de 7,62 metros (-21%) e no Timed “Up and Go” test (-12,8%). Houve melhora na execução do teste Box and Block: membro direito (2,1%) e membro esquerdo (6,7%) e piora no teste de alcance funcional (-7,5%). Os resultados desse estudo estão de acordo com os dados publicados na literatura, destacando a adequação e segurança de um programa com exercícios resistidos para melhora de aspectos funcionais de pessoas com esclerose múltipla.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Gehlsen GM, Grigsby SA, Winant DM. Effects of an aquatic fitness program on the muscular strength and endurance of patients with multiple sclerosis. Phys Ther.1984;64(5):653-7.

Petajan JH, Gappmaier E, White AT, Spencer MK, Mino L, Hicks RW. Impact of aerobic training on fitness and quality of life in Multiple Sclerosis. Ann Neurol.1996;39:432-41.

Mostert S, Kesselring J. Effects of a short-term exercise training program on aerobic fitness, fatigue, health perception and activity level of subjects with multiple sclerosis. Mult Scler.2002;8(2):161-8.

Debolt LS, Mccubbin JA. The effect of home-based resistance exercise on balance, power, and mobility in adults with multiple sclerosis. Arch Phys Med Rehabil. 2004;85(2):290-7.

Romberg A, Virtanen A, Ruutiainen J, Aunola S, Karppi SL, Vaara M, et al. Effects of a 6-month exercise program on patients with multiple sclerosis: a randomized study. Neurology. 2004;63(11):2034-8.

White LJ, McCoy SC, Castellano V, Gutierrez G, Stevens JE, Walter GA, et al. Resistance training improves strength and functional capacity in persons with multiple sclerosis. Mult Scler. 2004;10(6):668-74.

Orlando, MS. O interesse de pessoas com esclerose múltipla por atividades físicas e recreativas. Rev Sobama. 2005;10(1):S77.

Thomas JR, Nelson JK. Métodos de pesquisa em atividade física. Porto Alegre: Artmed;2002.

Kurtzke JF. Rating neurologic impairment in multiple sclerosis: an expanded disability status scale (EDSS).Neurology.1983;33(11):1444-52.

Cutter GR, Baier ML, Rudick RA, Cookfair DL, Fischer JS, Petkau J, et al. Development of a multiple sclerosis functional composite as a clinical trial outcome measure. Brain. 1999;122(Pt5):871-82.

Sharrack B, Hughes RA, Soudain S, Dunn G. The psychometric properties of clinical rating scales used in multiple sclerosis. Brain. 1999;122(Pt 1):141-59.

Hobart J, Freeman J, Thompson A. Kurtzke scales revisited: the application of psychometric methods to clinical intuition. Brain. 2000;123(Pt 5):1027-40.

Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da versão brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiatr. 2004:11(2):72-6. Doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20040003

Podsiadlo D, Richardson S. The timed "Up & Go": a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J Am Geriatr Soc. 1991;39(2):142-8.

Mathiowetz V, Volland G, Kashman N, Weber K. Adult norms for the Box and Block Test of manual dexterity. Am J Occup Ther. 1985;39(6):386-91.

Goodkin DE, Hertsgaard D, Seminary J. Upper extremity function in multiple sclerosis: improving assessment sensitivity with box-and-block and nine-hole peg tests. Arch Phys Med Rehabil.1988;69(10):850-4.

Mendes MF, Tilbery CP, Balsimelli S, Moreira MA, Cruz AM. Box and block test of manual dexterity in normal subjects and in patients with multiple sclerosis. Arq Neuropsiquiatr.2001;59(4):889-94.

Duncan PW, Weiner DK, Chandler J, Studenski S. Functional reach: a new clinical measure of balance. J Gerontol. 1990;45(6):M192-7.

Delavier F. Guia dos movimentos de musculaçao: abordagem anatômica. Sao Paulo: Manole; 2002.

American College of Sports Medicine Position Stand. The recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 1998;30(6):975-91.

Krupp LB, Rizvi SA. Symptomatic therapy for underrecognized manifestations of multiple sclerosis. Neurology. 2002;58(8 Suppl 4):S32-9.

Kasser SE, McCubbin J. Effects of progressive resistance exercise on muscular strength in adults with multiple sclerosis. Med Sci Sports Exerc. 1996;28(5):143.

Sutherland G, Andersen MB. Exercise and multiple sclerosis: physiological, psychological, and quality of life issues. 1: J Sports Med Phys Fitness. 2001;41(4):421-32.

Frzovic D, Morris ME, Vowels L. Clinical tests of standing balance: performance of persons with multiple sclerosis. Arch Phys Med Rehabil. 2000;81(2):215-21.

Downloads

Publicado

2007-06-09

Edição

Seção

Relato de Caso

Como Citar

1.
Furtado OLP da C, Tavares M da CGCF. Proposta de exercícios resistidos para pessoas com esclerose múltipla: um estudo de caso. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de junho de 2007 [citado 7º de maio de 2024];14(2):111-6. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/102800